ORDEM DO DIACONATO - Diácono Paulo Velozo

22 de Março de 2017

 

ORDEM DO DIACONATO 


QUERO, COM A GRAÇA DE DEUS... 
 
“Vidit ergo Iesus publicanum et quia miserando atque elegendo pidit, ait illi Sequere me” (Mt 9,9). 


“Viu Jesus a um publicano e, olhando-o com misericórdia, o elegeu e lhe disse: siga-me”. (S. Beda, o Venerável, Doutor da Igreja, +735) 

 

 

 

 

 

Amadas e amados, em Cristo Jesus, Paz e Bem! 
 
Antes de tudo, um pequeno histórico sobre o Sacramento da Ordem. O que diz a fé católica e apostólica sobre o Sacramento da Ordem? Primeiramente, um dado importante: ele possui três graus! O Catecismo da Igreja Católica ensina assim: “O ministério eclesiástico de instituição divina é exercitado em diversas ordens por aqueles que desde a Antiguidade são chamados epíscopos, presbíteros e diáconos” (n. 1554). 


Após acolher os Sacramentos de Iniciação à Vida Cristã (Batismo, Crisma e Eucaristia), que “são a base da vocação comum de todos os discípulos missionários de Jesus Cristo, vocação à santidade e à missão de evangelização no mundo” (cf. CIC nº 1533), dois outros Sacramentos “conferem uma missão particular na Igreja e servem para a edificação do Povo de Deus” (cf. CIC nº 1534). Estes Sacramentos são a Ordem e o Matrimônio. O Sacramento da Ordem, ainda, comporta três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconato. Vejamos algo do primeiro grau da Ordem. Pois do primeiro grau emanam os dois graus. 

 

O primeiro grau é o episcopado. A palavra epíscopo, em grego, quer dizer “supervisor”. Trata-se do grau mais importante, grau primordial, do qual procedem os outros dois: “Entre os vários ministérios que desde os primeiros tempos são exercitados na Igreja, segundo o testemunho da Tradição, ocupa o primeiro lugar o ofício daqueles que, contituídos no episcopado, pela sucessão que remota às origens, possuem a herança da raiz apostólica” (Catecismo, n. 1555). O Bispo, na sua Igreja particular, isto é, na sua diocese, é verdadeiro vigário (representante) de Cristo e sucessor dos apóstolos; ele tem a plenitude do sacramento da Ordem. Na Igreja ele exerce em plenitude neste mundo o pastoreio de Cristo como sacerdote (é ele o primeiro presidente da Eucaristia e dos demais sacramentos, ele é quem disciplina a prática sacramental de sua Igreja, ele é quem envia os presbíteros como seus colaboradores, ele é o primeiro responsável pela oração da Igreja), como profeta (é o Bispo o primeiro responsável pela pregação do Evangelho e pela conservação da integridade da fé católica e apostólica, é ele o primeiro evangelizador. Daí na igreja mãe da diocese estar a cadeira, a cátedra do Bispo, que indica que ele é mestre do Evangelho. Da cátedra vem o nome “catedral” – a Igreja na qual está a cadeira episcopal!), como rei, isto é como ministro do Cristo pastor (é o Bispo o guia principal da Igreja, a autoridade maior. Em nome de Cristo ele dirige e apascenta o rebanho e nada deve ser feito contra a sua vontade. Cabe a ele discernir e coordenar os diversos ministérios e as diversas atividades diocesanas). Por tudo isso, o episcopado é o primeiro grau da Ordem, a fonte de todos os outros graus! 

 

O segundo grau é o Presbiterato. Em grego, presbítero significa “ancião”. Os presbíteros são conhecidos popularmente como “padres”, que significa “pai”. Eles são ordenados pelo Bispo para auxiliá-lo no pastoreio da Diocese. 


O terceiro grau é o diaconato. Em grego, diácono significa “servidor”. Os diáconos são auxiliares do Bispo e, por determinação deste, auxiliam aos presbíteros. Neste terceiro grau há uma coisa importante: os diáconos não têm a função sacerdotal... por isso mesmo não podem presidir à Eucaristia, nem administrar a Confirmação ou a Penitência nem a Unção dos Enfermos. É um ministério mais voltado para o serviço da pregação e da caridade fraterna. 


Então, enquanto no sacramento da Ordem há três graus, somente dois deles, o primeiro e o segundo, são sacerdotais! 
 
O diácono na Sagrada Escritura 


O termo “diácono” aparece no Novo Testamento com quatro significados. O primeiro é aquele da linguagem comum: “aquele que serve alguém” (Mc 9,35; Jo 2,5). O segundo é a apresentação de Cristo como servo do Pai (Mc 10,45; Lc 22,27). O terceiro está ligado a todos os cristãos, visto que eles são servos de Cristo e de seu Pai (Jo 12,26; ICor 3,5). O quarto sentido está ligado a um determinado cargo e função na Igreja Primitiva (Fl 1,1; ITm 3,8). Este último significado é aquele que corresponde a origem da ordem do diaconato. 


De fato, é no Livro dos Atos dos Apóstolos que São Lucas nos narra os motivos da instituição do ministério dos diáconos. Na passagem de At 6,1-7, nos conta que os doze apóstolos escolheram sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria para se dedicarem a administração e ao serviço da caridade enquanto eles se dedicariam a oração e a pregação da Palavra. Apesar de não figurar a palavra “diácono” neste relato, aparece o nome dos sete primeiros (Estêvão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau) e, mais tarde, o texto os apresenta pregando a Palavra e batizando (At 6,8-14; 8,5-13). Deve se notar, ainda, a imposição das mãos, acompanhada da oração, realizada pelos Apóstolos sobre os sete escolhidos para o serviço (At 6,6). 

 

Ordenados para o serviço 


Seguindo a prática das primeiras comunidades cristãs, testemunhada na Sagrada Escritura e conservada na Tradição, a Igreja continua escolhendo homens que possam exercer um ministério de serviço. Para isto, o rito essencial da ordenação diaconal é a imposição das mãos e a oração realizada pelo Bispo. Esta oração pede a Deus Pai que consagre o ordenando como diácono e que envie sobre ele os dons do Espírito Santo para que ele possa exercer com fidelidade o ministério de serviço. Nela se apresenta o que se espera de um diácono: amor sincero, solicitude para com os pobres e os enfermos, autoridade discreta, simplicidade de coração e uma vida segundo o Espírito Santo. 


A Ordem confere ao diácono um sinal que não pode ser apagado, pois o configura ao Cristo servidor de todos. Por conseguinte, o diácono se torna um “imitador” da vida do Senhor, prolongando no mundo o serviço iniciado por Ele. 


O candidato não é ordenado para o sacerdócio, mas para o serviço. “Administrar o Batismo solene, conservar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar em nome da Igreja aos Matrimônios, levar o viático aos moribundos, ler a Sagrada Escritura aos fiéis, instruir e exortar o Povo, presidir ao culto e as orações dos fiéis, administrar os sacramentos e presidir aos ritos dos funerais e da sepultura”. E, ainda, de maneira sintética, o mesmo texto diz: “servem o Povo de Deus na diaconia da Liturgia, da Palavra e da Caridade”. Ser  obediente ao seu Bispo e seu sucessor”, e, rezar, com alegria do Evangelho, todos os dias, a Liturgia das Horas, conforme ordena a santa e amada Igreja. 


Além do diaconato transitório, que é o em vista do sacerdócio, que exige viver com alegria e simplicidade, o celibato, por causa de Cristo e do Reino, existe também o diaconato permanente (CIC, nos 1533 e 1535, 1554 até 1571; LG 29; Youcat, 255). 

 

 

Um abraço fraterno e com gratidão sincera, na força do Espírito e da Palavra, a todas e a todos, que elevou oração de súplicas durante todo o Ano da Misericórdia, tema central de minha ordenação, e que celebrou comigo a Santa Missa, na qual eu fui ordenado diácono para a Igreja, pela imposição das mãos de nosso querido Bispo Diocesano, Dom Bruno Pedron, SDB, no dia 18 de março na “Catedral Provisória” de São José, pela ocasião do tempo forte da Terceira Semana da Quaresma, e, véspera da Solenidade de São José, esposo de Maria. 
 
Que Maria Santíssima, a Senhora da Conceição Aparecida, no Jubileu de seus 300 Anos de presença terna, simples, humilde, dócil e libertadora no Brasil, nos ajude a ser fieis discípulos (as) missionários (as) da Igreja, fazendo tudo o que o seu Filho Jesus nos disser. 
 
 
Com alegria do Evangelho, 
Diác. Paulo Velozo 
Diocese de Ji-Paraná / RO 

 

Fonte: Diocese de Ji Paraná

 

 

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