Mundo Urbano

Dom José Alberto Moura Arcebispo de Montes Claros (MG)

18 de Janeiro de 2018

 

Até o ano 2.010 tínhamos uma população urbana de quase 85% e a rural com mais de 15%, apesar de grande parte dos pequenos municípios terem a maioria de população rural. A realidade urbana é muito complicada para o povo viver. Ele enfrenta problemas sérios de saúde, educação, segurança, falta de emprego, sistema de transporte insuficiente e deficitário, poluição, falta de moradia e esta, muitas vezes, insalubre…

 

Nesta semana vai acontecer em Londrina, Paraná, o 14.o encontro Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), tratando do tema “CEBs e os desafios no mundo urbano” e o lema “Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Êxodo 3,7). É um acontecimento em nível nacional, promovido pela Igreja Católica, tendo também a participação de outras Igrejas. É um evento de celebração e reforço do valor das comunidades eclesiais que têm feito a promoção da vida participativa e frutuosa de pessoas religiosas que valorizam a Palavra de Deus. Em base nela as pessoas batizadas são estimuladas a participarem da fé transformadora e viverem a verdadeira cidadania, trazendo pleno benefício à sociedade. Assim, valorizam a ética, a justiça, a inclusão social, a superação das causas de morte, promovendo a vida plena e digna para todos. Nessas comunidades espalhadas pelo Brasil os fiéis alimentam sua fé para o seguimento consciente de Cristo e atuam na família, na Igreja e na sociedade, ajudando o surgimento de um mundo mais fraterno e solidário. Não partem de alguma ideologia e sim do Evangelho, de onde buscam alimento espiritual para fomentar sua adesão responsável à pessoa de Jesus e se tornam seus missionários, anunciando os valores de seu Reino de paz e justiça.

 

Como no tempo do profeta Jonas, que foi encarregado de pregar aos cidadãos de Nínive a conversão para não morrerem (Cf. Jonas 5,11-10), assim também precisamos de verdadeiros profetas para a transformação da cidade terrestre. Esta precisa modificar seu procedimento e se converter para uma vida de mais promoção da justiça, da boa família e da boa política para a real atitude solidária, com o trabalho para o bem comum. As CEBs bem funcionando se tornam como fermento que ajuda a comunidade humana a sentar mais base de convivência, corroborando com a promoção de valores humanos e cristãos que dignificam a vida. São fontes de virtudes como a verdade, a honestidade, a misericórdia, a mútua colaboração em causas que beneficiam a todos e, especialmente, a família como fonte de promoção de vida. O próprio Jesus tem a receita fundamental para se viver dignamente em comunidade: “O tempo já se completou e o reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no evangelho!” (Marcos 1,15). Em nosso mundo muita coisa precisa ser mudada, a partir do coração de cada um, para aceitar e assumir as coordenadas divinas. Com estas nos convertemos e nos tornamos pessoas mais humanas e colaboradoras com o bem de todos. Converter-se para a alteridade é a salvação para a humanidade. Superaremos as guerras, as desigualdades e as injustiças.

 

As CEBs, conforme o documento dos bispos latino-americanos e caribenho, feito em Aparecida, “Têm ajudado a formar cristãos comprometidos com sua fé. Elas abraçam a experiência das primeiras comunidades” (Aparecida 178).

 

 

Fonte: http://cnbb.net.br/

 

 

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