Viver a ressurreição de Jesus

Não é possível entender o Cristianismo sem a ressurreição, ponto fundamental da fé.

26 de Abril de 2019

 

 

Por Felipe Magalhães Francisco*

 

Legenda Foto: O túmulo onde se acredita que o corpo de Jesus foi colocado situa-se dentro do Edicule na Igreja do Santo Sepulcro, Jerusalém. (Thomas Coex/ AFP)


A Ressurreição de Jesus Cristo é o luzeiro que ilumina toda uma vida dedicada a uma causa, a do Reinado de Deus. A experiência do encontro com o Ressuscitado, feita pelas testemunhas, é o grande despertar para o “então é isso!”. Os olhos se abrem para contemplar e compreender, em profundidade, o significado de uma existência fascinante e apaixonante, que é a de Jesus, o Senhor. E essa Ressurreição é o aceno definitivo de Deus – feito nosso Pai, por Jesus, o Filho – de que nossa esperança tem sentido. O mundo pode estar marcado por sinais de morte, que nos ameaçam constantemente, mas a vida se sobressai. Se, pela encarnação, Deus é definitivamente conosco; pela Ressurreição de Jesus, temos, definitivamente, lugar em Deus.

 

Quando muitos que se confessam cristãos são seduzidos a se associarem a um projeto de morte e desumanidade, tal como temos visto em nosso cenário sociopolítico atual, celebrar a Ressurreição de Jesus, como um eco contínuo em nós, faz-se fundamental. A Páscoa deve nutrir em nós o significado da vida de Jesus, apreendida injustamente por uma morte violenta e humilhante. A Ressurreição é o aceno de Deus para a vida, que deve vencer as forças da morte que insistem em se fazer imperiosas no mundo. O Ressuscitado conserva as marcas da Cruz: eis a interpelação para que lutemos contra as cruzes da injustiça que indignificam a vida de milhares e milhares de pessoas.

 

Fazer memória da Ressurreição de Jesus não deve ser um acontecimento banal. Essa Ressurreição nos diz respeito e nos interpela. Ela não é o final feliz de Jesus, mas se mostra como tarefa nossa: sermos anunciadores e anunciadoras da Vida. Estamos nas Oitavas da Páscoa, que são o prolongamento da festa litúrgica mais importante de nosso calendário cristão, e deixar que ecoem os significados da Ressurreição de Jesus é nossa oportunidade de ressignificar nossa fé e nossa adesão ao Evangelho. Os três artigos que compõem nosso Dom Especial são leituras pascais, que nos convidam a fazer um mergulho reflexivo na singularidade de nossa fé cristã: a Ressurreição de Jesus, o Cristo.

 

Resgatar o valor da Ressurreição, por meio da linguagem, lugar primeiro da descoberta desse acontecimento, é uma tarefa importante para não perdermos o específico de nossa fé e para que ela não caia no sem sentido. É o que faz Teófilo da Silva, no artigo Esta tal de ressurreição. Em seguida, Daniel Couto orienta nosso olhar, fazendo uma memória do caminho feito no Tríduo Pascal, trilhando-o de maneira mistagógica, ajudando-nos a saborear o que vivenciamos liturgicamente e que deve nutrir nossa espiritualidade, no artigo O Senhor ressurgiu, aleluia!Vivenciar a experiência com a Ressurreição abre nossa vida para a paz, aquela verdadeira que vem do Ressuscitado. Adentrando no significado dessa paz, Tânia Mayer propõe o artigo A paz de Jesus!, tão necessária para estes nossos tempos.

 

 Que nossa vida seja, toda ela, pascal! Boa leitura!

 

*Felipe Magalhães Francisco é teólogo. Articula a editoria de religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015). E-mail: [email protected].

 

Fonte: Portal Dom Total

 

 

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