Liturgia Diária

SÃO JOÃO DA CRUZ PRESBÍTERO E DOUTOR (Branco, Prefácio do Advento I ou dos Pastores – Ofício da memória)

14 de Dezembro de 2019

 

Antífona de Entrada

A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou (Gl 6,14).

 

Oração do dia

Ó Deus, que inspirastes ao presbítero são João da Cruz extraordinário amor pelo Cristo e total desapego de si mesmo, fazei que, imitando sempre o seu exemplo, cheguemos à contemplação da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

Leitura (Eclesiástico 48,1-4.9-11)

Leitura do livro do Eclesiástico.
48 1Suas palavras queimavam como uma tocha ardente. Elias, o profeta, levantou-se em breve como um fogo.
2Ele fez vir a fome sobre o povo (de Israel): foram reduzidos a um punhado por tê-lo irritado com sua inveja, pois não podiam suportar os preceitos do Senhor.
3Com a palavra do Senhor ele fechou o céu, e dele fez cair fogo por três vezes.
4Quão glorioso te tornaste, Elias, por teus prodígios! Quem pode gloriar-se de ser como tu?
9Tu que foste arrebatado num turbilhão de fogo, num carro puxado por cavalos ardentes.
10Tu que foste escolhido pelos decretos dos tempos para amenizar a cólera do Senhor, reconciliar os corações dos pais com os filhos, e restabelecer as tribos de Jacó.
11Bem-aventurados os que te conheceram, e foram honrados com a tua amizade!
Palavra do Senhor.

 

Salmo Responsorial 79/80

Convertei-nos, ó Senhor,
resplandecei a vossa face e nós seremos salvos!


Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos.
Vós que sobre os querubins vos assentais.
Despertai vosso poder, ó nosso Deus, 
e vinde logo nos trazer a salvação!

Voltai-vos para nós, Deus do universo!
Olhai dos altos céus e observai.
Visitai a vossa vinha e protegei-a!
Foi a vossa mão direita que a plantou;
protegei-a, e ao rebento que firmastes!

Pousai a mão por sobre o vosso protegido,
o filho do homem que escolhestes para vós!
E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus!
Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!

 

Evangelho (Mateus 17,10-13)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas! Toda carne há de ver a salvação que vem de Deus! (Lc 3,4.6)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
17 10Em seguida, os discípulos o interrogaram: "Por que dizem os escribas que Elias deve voltar primeiro?"
11Jesus respondeu-lhes: "Elias, de fato, deve voltar e restabelecer todas as coisas.
12Mas eu vos digo que Elias já veio, mas não o conheceram; antes, fizeram com ele quanto quiseram. Do mesmo modo farão sofrer o Filho do Homem".
13Os discípulos compreenderam, então, que ele lhes falava de João Batista.
Palavra da Salvação.

 

Comentário ao Evangelho

QUESTIONANDO UMA DOUTRINA

Os mestres da Lei prenunciavam a vinda de Elias como sinal de realização das esperanças messiânicas. Esta doutrina fundava-se na crença de que haveria uma restauração gloriosa de Israel, por obra do Messias. Este triunfalismo foi questionado por Jesus.

A tarefa atribuída ao profeta Elias – "colocar tudo em ordem" – fora desempenhada por João Batista. Sua vida humilde e ascética impediu que os triunfalistas o reconhecessem. Só os simples foram capazes de perceber a importância da pregação do Precursor, e se deixaram batizar por ele, confessando seus pecados, dispostos a se converterem.

O destino cruel reservado ao Batista revelou a leviandade dos esquemas religiosos e políticos de seu tempo. Esperando uma manifestação espalhafatosa de Deus, que a eximisse da responsabilidade de estar sempre vigilante e em discernimento, a liderança religiosa fez-se surda aos apelos de quem exigia dela uma decisão responsável e livre. Desta forma, ela desprezou a oportunidade oferecida por Deus.

O caminho trilhado por Jesus foi idêntico ao do Batista. Despojado de qualquer pretensão mundana, fez-se solidário com os pobres e marginalizados, os deserdados deste mundo. Por isso, quem cultivava a mesma mentalidade triunfalista dos adversários do Batista jamais poderia confessá-lo como Messias. Só quem entendia que a obra de Deus acontece na contramão da mentalidade humana estava em condições de tornar-se discípulo.

 

Oração

Pai, desfaze tudo quanto me impede de reconhecer em teu Filho Jesus, despojado de qualquer ambição mundana, a manifestação de teu amor pela humanidade.

 

O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês.


Sobre as Oferendas

Aceitai, ó Deus onipotente, o sacrifício que vos oferecemos na festa de são João da Cruz e fazei-nos imitar em nossa vida os mistérios da paixão do Senhor que vamos celebrar na eucaristia. Por Cristo, nosso Senhor.

 

Antífona da Comunhão

Quem quiser ser meu discípulo renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me, diz o Senhor (Mt 16,24).

 

Depois da Comunhão

Ó Deus, que fizestes de são João da Cruz um apóstolo do mistério da cruz, dai-nos, fortificados por este sacrifício, permanecer unidos ao Cristo e trabalhar na vossa Igreja pela salvação de todos. Por Cristo, nosso Senhor.

 

Santo do Dia / Comemoração (SÃO JOÃO DA CRUZ)

Seu nome de batismo era Juan de Yepes. Nasceu em Fontivaros, na província de Ávila, Espanha, em 1542, talvez em 24 de junho. Ainda na infância, ficou órfão de pai, Gonzalo de Yepes, descendente de uma família rica e tradicional de Toledo. Mas, devido ao casamento, foi deserdado da herança. A jovem, Catarina Alvarez, sua mãe, era de família humilde, considerada de classe "inferior". Assim, com a morte do marido, que a obrigou a trabalhar, mudou-se para Medina, com os filhos. Naquela cidade, João tentou várias profissões. Foi ajudante num hospital, enquanto estudava gramática à noite num colégio jesuíta. Então, sua espiritualidade aflorou, levando-o a entrar na Ordem Carmelita, aos vinte e um anos. Foi enviado para a Universidade de Salamanca a fim de completar seus estudos de filosofia e teologia. Mesmo dedicando-se totalmente aos estudos, encontrava tempo para visitar doentes em hospitais ou em suas casas, prestando serviço como enfermeiro. Ordenou-se sacerdote aos vinte e cinco anos, mudando o nome. Na época, pensou em procurar uma Ordem mais austera e rígida, por achar a Ordem Carmelita muito branda. Foi então que a futura santa Tereza de Ávila cruzou seu caminho. Com autorização para promover, na Espanha, a fundação de conventos reformados, ela também tinha carta branca dos superiores gerais para fazer o mesmo com conventos masculinos. Tamanho era seu entusiasmo que atraiu o sacerdote João da Cruz para esse trabalho. Ao invés de sair da Ordem, ele passou a trabalhar em sua reforma, recuperando os princípios e a disciplina. João da Cruz encarregou-se de formar os noviços, assumindo o cargo de reitor de uma casa de formação e estudos, reformando, assim, vários conventos. Reformar uma Ordem, porém, é muito mais difícil que fundá-la, e João enfrentou dificuldades e sofrimentos incríveis, para muitos, insuportáveis. Chegou a ser preso por nove meses num convento que se opunha à reforma. Os escritos sobre sua vida dão conta de que abraçou a cruz dos sofrimentos e contrariedades com prazer, o que é só compreensível aos santos. Aliás, esse foi o aspecto da personalidade de João da Cruz que mais se evidenciou no fim de sua vida. Conta-se que ele pedia, insistentemente, três coisas a Deus. Primeiro, dar-lhe forças para trabalhar e sofrer muito. Segundo, não deixá-lo sair desse mundo como superior de uma Ordem ou comunidade. Terceiro, e mais surpreendente, que o deixasse morrer desprezado e humilhado pelos seres humanos. Para ele, fazia parte de sua religiosidade mística enfrentar os sofrimentos da Paixão de Jesus, pois lhe proporcionava êxtases e visões. Seu misticismo era a inspiração para seus escritos, que foram muitos e o colocam ao lado de santa Tereza de Ávila, outra grande mística do seu tempo. Assim, foi atendido nos três pedidos. Pouco antes de sua morte, João da Cruz teve graves dissabores por causa das incompreensões e calúnias. Foi exonerado de todos os cargos da comunidade, passando os últimos meses na solidão e no abandono. Faleceu após uma penosa doença, em 14 de dezembro de 1591, com apenas quarenta e nove anos de idade, no Convento de Ubeda, Espanha. Deixou como legado sua volumosa obra escrita, de importante valor humanístico e teológico. E sua relevante e incansável participação como reformador da Ordem Carmelita Descalça. Foi canonizado em 1726 e teve sua festa marcada para o dia de sua morte. São João da Cruz foi proclamado doutor da Igreja em 1926, pelo papa Pio XI. Mais tarde, em 1952, foi declarado o padroeiro dos poetas espanhóis.

 

Fonte: Portal Dom Total - Liturgia Diária

 

 

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