SÃO FILIPE NÉRI Presbítero (Branco Ofício do Dia)
26 de Maio de 2020
Repousa sobre mim o Espírito do Senhor; ele me ungiu para levar a boa-nova aos pobres e curar os corações contritos (Lc 4,18).
Ó Deus, que não cessais de elevar à glória da santidade os vossos servos fiéis e prudentes, concedei que nos inflame o fogo do Espírito Santo que ardia no coração de são Filipe Néri. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Reinos da terra, cantai ao Senhor.
Derramastes lá do alto uma chuva generosa,
e vossa terra, vossa herança, já cansada, renovastes;
e ali vosso rebanho encontrou sua morada;
com carinho preparastes essa terra para o pobre.
Bendito seja Deus, bendito seja cada dia
o Deus da nossa salvação, que carrega os nossos fardos!
Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador;
o Senhor, só o Senhor, nos poderá livrar da morte!
OS QUE ME DESTES!
Jesus estabeleceu uma clara distinção entre o mundo e aqueles que lhe foram dados pelo Pai. Referiu-se apenas a estes, quando se dirigiu ao Pai, dizendo: "Eu rogo por eles; não é pelo mundo que eu rogo, mas por aqueles que me deste, porque são teus".
Esta distinção deve ser bem entendida, para não tacharmos Deus de injusto, pensando que já destinou uns para a salvação, e outros para a condenação. Ou que tivesse escolhido um grupo de privilegiados para entregá-los a Jesus, e relegado os demais ao desprezo.
Jesus fora enviado para toda a humanidade, sem exclusão de ninguém. Entretanto, assim como a opção pelo pecado depende da liberdade humana, o mesmo se dá com a acolhida da graça. Alguns abriram o coração para a oferta divina, outros, porém, a recusaram, preferindo permanecer nas trevas do pecado. Ninguém está destinado a ser "mundo", mas faz esta escolha por livre vontade. O Pai entrega a Jesus somente aqueles que acolhem livremente a salvação. Quanto ao mundo, sua atitude de fechamento inviabiliza toda e qualquer ação de Jesus em seu favor.
O mundo frustra a obra de Deus realizada por Jesus. Quem se torna discípulo, tem a missão de resgatar para o Reino da luz quem vagueia no mundo as trevas.
Oração
Pai, reforça minha disposição a ser discípulo de teu Filho. Assim, poderei caminhar para ti com a segurança de quem se deixa iluminar pela verdadeira luz.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Ao oferecermos, ó Deus, este sacrifício de louvor, dai-nos a graça de seguir o exemplo de são Filipe Néri, trabalhando sempre com alegria para a vossa glória e o bem do próximo. Por Cristo, nosso Senhor.
Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos, diz o Senhor! (Mt 28,20)
Alimentados, ó Deus, com o pão do céu, levai-nos a imitar são Filipe Néri, procurando sempre as fontes que nos dá a verdadeira vida. Por Cristo, nosso Senhor.
"Contanto que os meninos não pratiquem o mal, eu ficaria contente até se eles me quebrassem paus na cabeça." Há maior boa vontade em colocar no caminho correto as crianças abandonadas do que nessa disposição? A frase bem-humorada é de Filipe Néri, que assim respondia quando reclamavam do barulho que seus pequenos abandonados faziam, enquanto aprendiam com ele ensinamentos religiosos e sociais. Nascido em Florença, Itália, em 21 de julho de 1515, Filipe Rômolo Néri pertencia a uma família rica: o pai, Francisco, era tabelião e a mãe, Lucrécia, morreu cedo. Junto com a irmã Elisabete, foi educado pela madrasta. Filipe, na infância, surpreendia pela alegria, bondade, lealdade e inteligência, virtudes que ele soube cultivar até o fim da vida. Cresceu na sua terra natal, estudando e trabalhando com o pai, sem demonstrar uma vocação maior, mesmo freqüentando regularmente a igreja. Aos dezoito anos foi para São Germano, trabalhar com um tio comerciante, mas não se adaptou. Em 1535, aceitou o convite para ser o tutor dos filhos de uma nobre e rica família, estabelecida em Roma. Nessa cidade foi estudar com os agostinianos, filosofia e teologia, diplomando-se em ambas com louvor. No tempo livre praticava a caridade junto aos pobres e necessitados, atividade que exercia com muito entusiasmo e alegria, principalmente com os pequenos órfãos de filiação ou de moral. Filipe começou a chamar a atenção do seu confessor, que lhe pediu ajuda para fundar a Confraternidade da Santíssima Trindade, para assistir os pobres e peregrinos doentes. Três anos depois, aos trinta e seis anos de idade, ele se consagrou sacerdote, sendo designado para a igreja de São Jerônimo da Caridade. Tão grande era a sua consciência dos problemas da comunidade que formou um grupo de religiosos e leigos para discutir os problemas, rezar, cantar e estudar o Evangelho. A iniciativa deu tão certo que depois o grupo, de tão numeroso, passou à Congregação de Padres do Oratório, uma ordem secular sem vínculos de votos. Filipe se preocupou somente com a integração das minorias e a educação dos meninos de rua. Tudo o que fez no seu apostolado foi nessa direção, até mesmo utilizar sua vasta e sólida cultura para promover o estudo eclesiástico. Com seu exemplo e orientação, encaminhou e orientou vários sacerdotes que se destacaram na história da Igreja e depois foram inscritos no livro dos santos. Mas somente quando completou setenta e cinco anos passou a dedicar-se totalmente ao ministério do confessionário e à direção espiritual. Viveu assim até morrer, no dia 26 de maio de 1595. São Filipe Néri é chamado, até hoje, de "santo da alegria e da caridade".
Fonte: Portal Dom Total