Liturgia Diária
DIA 28 DE MAIO - QUINTA-FEIRA
VIII SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
28 de Maio de 2015
Leitura (Eclesiástico 42,15-26)
Leitura do livro do Eclesiástico.
42 15 Relembrarei agora as obras do Senhor, proclamarei o que vi. Pelas palavras do Senhor foram produzidas as suas obras.
16 O sol contempla todas as coisas que ilumina; a obra do Senhor está cheia de sua glória.
17 Porventura não fez o Senhor com que seus santos proclamassem todas as suas maravilhas, maravilhas que ele, o Senhor todo-poderoso, consolidou, a fim de que subsistam para a sua glória?
18 Ele sonda o abismo e o coração humano, e penetra os seus pensamentos mais sutis,
19 pois o Senhor conhece tudo o que se pode saber. Ele vê os sinais dos tempos futuros, anuncia o passado e o porvir, descobre os vestígios das coisas ocultas.
20 Nenhum pensamento lhe escapa, nenhum fato se esconde a seus olhos.
21 Ele enalteceu as maravilhas de sua sabedoria, ele é antes de todos os séculos e será eternamente.
22 Nada se pode acrescentar ao que ele é, nem nada lhe tirar; não necessita do conselho de ninguém.
23 Como são agradáveis as suas obras! E todavia delas não podemos ver mais que uma centelha.
24 Essas obras vivem e subsistem para sempre, e em tudo o que é preciso, todas lhe obedecem.
25 Todas as coisas existem duas a duas, uma oposta à outra; ele nada fez que seja defeituoso.
26 Ele fortaleceu o que cada um tem de bom. Quem se saciará de ver a glória do Senhor?
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 32/33
A palavra do Senhor criou os céus.
Daí graças ao Senhor ao som da harpa,
na lira de dez cordas celebrai-o!
Cantai para o Senhor um canto novo,
com arte sustentai a louvação!
Pois reta é a palavra do Senhor,
e tudo o que ele faz merece fé.
Deus ama o direito e a justiça,
Transborda em toda a terra a sua graça.
A palavra do Senhor criou os céus,
e o sopro de seus lábios, as estrelas.
Como num odre, junta as águas do oceano
e mantém no seu limite as grandes águas.
Adore ao Senhor a terra inteira,
e o respeitem os que habitam o universo!
Ele falou e toda a terra foi criada,
ele ordenou e as coisas todas existiram.
Evangelho (Marcos 10,46-52)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 10 46 chegaram a Jericó. Ao sair dali Jesus, seus discípulos e numerosa multidão, estava sentado à beira do caminho, mendigando, Bartimeu, que era cego, filho de Timeu.
47 Sabendo que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: "Jesus, filho de Davi, em compaixão de mim!"
48 Muitos o repreendiam, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais alto: "Filho de Davi, tem compaixão de mim!"
49 Jesus parou e disse: "Chamai-o" Chamaram o cego, dizendo-lhe: "Coragem! Levanta-te, ele te chama."
50 Lançando fora a capa, o cego ergueu-se dum salto e foi ter com ele.
51 Jesus, tomando a palavra, perguntou-lhe: "Que queres que te faça? Rabôni, respondeu-lhe o cego, que eu veja!
52 Jesus disse-lhe: Vai, a tua fé te salvou." No mesmo instante, ele recuperou a vista e foi seguindo Jesus pelo caminho.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
QUE EU VEJA!
O episódio do cego de Jericó ilustra o caminho percorrido pelos discípulos do Reino. O homem passou da cegueira, da mendicância e da marginalização à condição de discípulo, que segue Jesus no caminho para Jerusalém, portanto, lugar de sua morte e ressurreição. Ele foi curado porque insistiu, resistindo às pressões de quem queria fazê-lo calar-se. Sua fé não lhe permitiu resignar-se com sua condição de excluído.
O discipulado consiste na cura da cegueira que considera Jesus a partir de esquemas mundanos e a espera dele coisas incompatíveis com seu projeto. A cegueira faz do discípulo um decepcionado e revoltado que se vê sempre mais distanciado de suas esperanças mesquinhas. A recuperação da vista permite-o ser realista nas suas expectativas. Quem realmente vê não se frustra.
A pobreza, expressa no fato da mendicância, é superada quando o discípulo passa a acumular os bens verdadeiros e imperecíveis, a riqueza do Reino, que não se identifica com a concentração de bens materiais. Ele não precisa mais mendigar falsos bens.
A marginalização, simbolizada no sentar-se à beira da estrada, torna-se participação quando o discípulo põe-se a seguir Jesus, fazendo seu o projeto do Mestre. Só uma profunda fé em Jesus pode colocar o discípulo neste caminho de salvação.
Oração
Senhor Jesus, tira de mim a cegueira que me impede de ver, com realismo, o caminho da cruz e ressurreição pelo qual estou indo contigo.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
MEMÓRIA FACULTATIVA
BEATO LUDOVICO PAVONI
(BRANCO – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Santo do Dia / Comemoração (BEATO LUDOVICO PAVONI):
Educar, abrigar e instruir os jovens pobres e abandonados na Itália do século XVIII era um enorme desafio que o padre bresciano Ludovico Pavoni aceitou, ele que nasceu no dia 11 de setembro de 1784. Naqueles anos de fome e de guerras, quando a miséria, as doenças e as armas se tornaram aliadas importantes para exterminar os pobres, Ludovico Pavoni teve uma intuição genial e profética, "educar, abrigar e instruir" os jovens pobres, abandonados ou desertores que eram, de fato, numerosos na Itália de 1800, tanto nas cidades como no campo.
Não só para evitar que se tornassem delinqüentes, o que mais temia a elite pensante daquele tempo, e com certeza não só daquela época, mas para que eles tivessem a oportunidade de viver uma vida digna, do ponto de vista cristão e humano. Ordenado padre em 1807, Ludovico Pavoni se dedicou desde o início à educação dos jovens e criou o "seu" orfanato para abrigar os adolescentes e jovens necessitados. Já como secretário do bispo de Bréscia, conseguiu, para aqueles jovens, fundar o primeiro "Colégio de Artífices" e, depois, em 1821, a primeira escola gráfica da Itália, o Pio Instituto de São Barnabé.
Tipografia e Evangelho eram seus instrumentos preciosos: a receita natural era a mais simples possível, como dizia ele: "Basta colocar dentro da impressora jovens motivados, que os volumes de 'boa doutrina cristã' estarão garantidos". Analogia de fato simples e correta mesmo para os nossos dias. Em 1838, nasceu a escola para surdos-mudos, sendo inútil acrescentar o quanto essa também estava na vanguarda daqueles tempos. Em 1847, a Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, abrigando religiosos e leigos juntos, hoje conhecidos como "os pavonianos".
Pela discrição pode ainda parecer fácil, mas para colocar em prática todo esse projeto, o vulcânico padre bresciano empregou tudo de si, do bom e do melhor, chocando-se com as autoridades civis e com as eclesiásticas. Sair recolhendo os jovens pobres e abandonados pelas ruas era algo que batia de frente com rígidos costumes sociais e morais da época.
Por mais de uma década, Pavoni se debateu entre cartas, pedidos, súplicas e solicitações, tanto assim que foi definido "mártir da burocracia", mas, do dilúvio, saiu vencedor. Padre Ludovico Pavoni faleceu no dia 1o de abril de 1849, durante a última das dez jornadas brescianas, de uma pneumonia contraída durante uma fuga desesperada, organizada na tentativa de proteger os "seus" jovens das bombas austríacas, quando ganhou, finalmente, o merecido abraço do Pai Eterno. De resto, ele sempre dizia: "O repouso será no Paraíso".
Apesar da distância dos anos, hoje os pavonianos continuam a "educar, abrigar e instruir" os jovens desses grupos, mas também todos os que simplesmente procuram um trabalho e um lugar na vida, providenciando a instrução escolar básica e colaborando com as igrejas locais nas pastorais dos jovens. São incansáveis em suas atividades, porque os traços cunhados pelo padre Ludovico estão ainda frescos, o exemplo do fundador está inteiramente vivo, latente e atual.
Hoje, outros levam avante sua obra, nos quatro cantos do mundo, os pavonianos administram tudo o que possa estar relacionado à formação desses jovens: comunidades religiosas, escolas, institutos de formação profissional, centros de recuperação de dependentes químicos, asilos de idosos, pensionatos, orfanatos, creches, paróquias, cooperativas, centros de juventude, livrarias e a editora Âncora, na Itália. Além disso, alfabetizam os deficientes surdos-mudos e formam pequenos artífices nas artes gráficas, esses que eram os diletos de Ludovico Pavoni. Conteúdo publicado em Comece o Dia Feliz.
http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=santo&id=623#ixzz3YvbRAkR6 Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte.
Fonte: www.domtotal.com