Liturgia Diária
DIA 17 DE OUTUBRO - SÁBADO
XXVIII SEMANA DO TEMPO COMUM*
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
17 de Outubro de 2015
Leitura (Romanos 4,13.16-18)
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
4 13 Com efeito, não foi em virtude da lei que a promessa de herdar o mundo foi feita a Abraão ou à sua posteridade, mas em virtude da justiça da fé.
16 Logo, é pela fé que alguém se torna herdeiro. Portanto, gratuitamente; e a promessa é assegurada a toda a posteridade de Abraão, não somente aos que procedem da lei, mas também aos que possuem a fé de Abraão, que é pai de todos nós.
17 Em verdade, está escrito: “Eu te constituí pai de muitas nações”; (nosso pai, portanto) diante dos olhos daquele em quem acreditou, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência as coisas que estão no nada.
18 Esperando, contra toda a esperança, Abraão teve fé e se tornou pai de muitas nações, segundo o que lhe fora dito: “Assim será a tua descendência”.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 104/105
O Senhor se lembra sempre da aliança.
Descendentes de Abraão, seu servidor,
e filhos de Jacó, seu escolhido,
ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus,
vigoram suas leis em toda a terra.
Ele sempre se recorda da aliança,
promulgada a incontáveis gerações;
da aliança que ele fez com Abraão
e do seu santo juramento a Isaac.
Ele lembrou-se de seu santo juramento,
que fizera a Abraão, seu servidor.
Fez sair, com grande júbilo, o seu povo
e seus eleitos entre gritos de alegria.
Evangelho (Lucas 12,8-12)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12 8 "Todo o que me reconhecer diante dos homens, também o Filho do Homem o reconhecerá diante dos anjos de Deus;
9 mas quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus.
10 Todo aquele que tiver falado contra o Filho do Homem obterá perdão, mas aquele que tiver blasfemado contra o Espírito Santo não alcançará perdão.
11 Quando, porém, vos levarem às sinagogas, perante os magistrados e as autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de falar em vossa defesa,
12 porque o Espírito Santo vos inspirará naquela hora o que deveis dizer".
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
A FAVOR OU CONTRA JESUS
A comunidade cristã tem como tarefa testemunhar publicamente sua fé. Este testemunho acontece no seio de um mundo hostil, nem sempre disposto a acolher mensagem do Reino.
E o discípulo encontra-se, muitas vezes, em situações nas quais sua fé é posta em xeque. É, então, o momento de se decidir a favor ou contra Jesus. É sua vida que está em jogo: renegá-lo significa sobreviver, tomar partido em favor dele significa morrer.
Evidentemente, a decisão fica por conta do discípulo. Se tiver uma fé robusta e coragem suficiente para suportar as conseqüências de sua opção, será capaz de declarar sua fé. Se, pelo contrário, tiver uma fé inconsistente e um caráter frágil, negará sua condição de discípulo de Jesus, declarando não conhecê-lo.
A exortação do Mestre chama a atenção dos seus seguidores para as conseqüências mais radicais de sua decisão. Mais do que a vida física e a segurança material, na decisão está implicada sua sorte eterna. Quem se colocar a favor de Jesus nesta vida, pode estar certo de tê-lo a seu favor no momento do juízo divino. Quem o negar publicamente, não o terá como defensor, quando for julgado por Deus.
Nos momentos difíceis, o discípulo deve contar com a ajuda do Espírito Santo. É ele quem lhe dará forças para proclamar, com destemor, sua fé.
Oração
Espírito que fortalece para o testemunho, vem em meu auxílio com tua força, nos momentos de dificuldade, para que eu possa dar um testemunho corajoso de minha fé.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Santo do Dia / Comemoração (SANTO INÁCIO DE ANTIOQUIA):
No centro do Coliseu romano, o bispo cristão aguarda ser trucidado pelas feras, enquanto a multidão exulta em gritos de prazer com o espetáculo sangrento que vai começar. Por sua vez, no estádio, cristãos incógnitos, misturados entre os pagãos, esperam, horrorizados, que um milagre salve o religioso. Os leões estão famintos e excitados com o sangue já derramado na arena. O bispo Inácio de Antioquia, sereno, esperava sua hora pronunciando com fervor o nome do Cristo.
Foi graças a Inácio que as palavras cristianismo e Igreja Católica surgiram. Era o início dos tempos que mudaram o mundo, próximo do ano 35 da era cristã, quando ele nasceu. Segundo os estudiosos, não era judeu e teria sido convertido pela primeira geração de cristãos, os apóstolos escolhidos pelo próprio Jesus. Cresceu e foi educado entre eles, depois sucedeu Pedro no posto de bispo de Antioquia, na Síria, considerada a terceira cidade mais importante do Império Romano, depois de Roma e Alexandria, no Egito. Gostava de ser chamado Inácio Nurono. Inácio deriva do grego "ignis", fogo, e Nurono era nome que ele mesmo dera a si, significando "o portador Deus". Desse modo viveu toda a sua vida: portador de Deus que incendiava a fé.
Mas sua atuação logo chamou a atenção do imperador Trajano, que decretou sua prisão e ordenou sua morte. Como cristão, deveria ser devorado pelas feras para diversão do povo ávido de sangue. O palco seria o recém-construído Coliseu.
A viagem de Inácio, acorrentado, de Antioquia até Roma, por terra e mar, foi o apogeu de sua vida e de sua fé. Feliz por poder ser imolado em nome do Salvador da humanidade, pregou por todos os lugares por onde passou, até no local do martírio. Sua prisão e condenação à morte atraiu todos os bispos, clérigos e cristãos em geral, de todas as terras que atravessou. Multidões juntavam-se para ouvir suas palavras. Durante a viagem final, escreveu sete cartas que figuram entre os escritos mais notáveis da Igreja, concorrendo em importância com as do apóstolo Paulo. Em todas faz profissão de sua fé, e contêm ensinamentos e orientações até hoje adotados e seguidos pelos católicos, como ele tão bem nomeou os seguidores de Jesus.
Numa dessas cartas, estava o seu especial pedido: "Deixai-me ser alimento das feras. Sou trigo de Deus. É necessário que eu seja triturado pelos dentes dos leões para tornar-me um pão digno de Cristo". Fazia-o sabendo que muitos de seus companheiros poderiam influenciar e conseguir seu perdão junto ao imperador. Queria que o deixassem ser martirizado. Sabia que seu sangue frutificaria em novas conversões e que seu exemplo tocaria o coração dos que, mesmo já convertidos, ainda temiam assumir e propagar sua religião.
Em Roma, uma festa que duraria cento e vinte dias tinha prosseguimento. Mais de dez mil gladiadores dariam sua vida como diversão popular naquela comemoração pela vitória em uma batalha. Chegada a vez de Inácio, seus seguidores e discípulos esperavam, ainda, o milagre.
Que não viria, porque assim desejava o bispo mártir. Era o dia 17 de outubro de 107, sua trajetória terrena entrava para a história da humanidade e da Igreja.
Fonte: http://www.domtotal.com/