O bispo citou especialmente a realidade de Marajó (PA), onde, segundo ele, o povo sofre com a falta de investimento André Cunha Enviado especial a Aparecida
09 de Abril de 2016
A preocupação da Igreja Católica a respeito da Amazônia foi expressa recentemente por meio da EncíclicaLaudato Si, escrita pelo Papa Francisco. No Brasil, a Comissão Episcopal para a Amazônia, presidida pelo Cardeal Emérito Cláudio Hummes, realiza ações de consciêntização e proteção à maior floresta tropical em extensão e a maior reserva de biodiversidade do planeta.
Em entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira, 8, dentro da 54ª Assembleia dos Bispos do Brasil, Dom Cláudio contou que, durante as mais de 30 visitas que fez na região legal da Amazônia, constatou a difícil situação do local.
Citou especialmente a realidade de Marajó, onde, segundo o bispo, o povo sofre com a falta de investimento por parte do Estado, o que leva as pessoas ao estado crítico de miséria e pobreza. “É triste. A gente sai de lá com o coração partido”, disse o bispo.
Além disso, relatou o drama das crianças que, por falta de comida, se sujeitam à prostituição em troca de dinheiro ou alimento, inclusive, com o concentimento dos pais.
Sobre a presença da Igreja na região, Dom Cláudio disse que esta é “muito sacrificada” pela falta de pessoas para o trabalho missionário. Por esse motivo, a Igreja não consegue ocupar seu espaço, disse o bispo, o que abre oportunidades para outras denominações cristãs.
Para o cardeal, a Igreja tem direito a um rosto na Amazônia, um “rosto indígena”, e evidenciou a necessidade da inculturação por parte da Igreja Católica na vida dos povos indígenas.
Dom Cláudio lembrou ainda a Conferência do Clima em Paris, que aconteceu no ano passado, destacando a importância do acordo fechado entre os países para salvar o Planeta. Para Dom Cláudio, este século é decisivo no trabalho de recuperação da Terra. Todavia, reconheceu que a sociedade está bem distante de saber o que precisa fazer para salvá-la.
Fonte: http://www.cnbb.org.br/