Dia 22 de Junho - Quarta-feira XII SEMANA DO TEMPO COMUM (Verde – Ofício do Dia)
22 de Junho de 2016
Leitura do segundo livro dos Reis.
22 8 O sumo sacerdote Helcias disse ao escriba Safã: “Encontrei no templo do Senhor o livro da Lei”. Helcias deu esse livro a Safã,
9 o qual, depois de tê-lo lido, voltou ao rei e prestou-lhe contas da missão que lhe fora confiada: “Teus servos juntaram o dinheiro que se encontrava no templo e entregaram-no aos encarregados do templo do Senhor”.
10 O escriba Safã disse ainda ao rei: “O sacerdote Helcias entregou-me um livro”.
11 E leu-o em presença do rei. Quando o rei ouviu a leitura do livro da Lei, rasgou as vestes,
12 e ordenou ao sacerdote Helcias, a Aicão, filho de Safã, a Acobor, filho de Mica, ao escriba Safã e ao seu oficial Azarias, o seguinte:
13 “Ide e consultai o Senhor de minha parte, da parte do povo e de todo o Judá, acerca do conteúdo deste livro que acaba de ser descoberto. A cólera do Senhor deve ser grande contra nós, porque nossos pais não obedeceram às palavras deste livro, nem puseram em prática tudo o que aí está prescrito”.
23 1 O rei convocou à sua presença todos os anciãos de Judá e de Jerusalém,
2 e subiu ao templo do Senhor com todos os homens de Judá e todos os habitantes de Jerusalém, os sacerdotes, profetas e todo o povo, pequenos e grandes. Leu então, diante deles, o texto completo do livro da Aliança que fora descoberto no templo do Senhor.
3 O rei, de pé na tribuna, renovou a aliança em presença do Senhor, comprometendo-se a seguir o Senhor, a observar os seus mandamentos, suas instruções e suas leis, de todo o seu coração e de toda a sua alma, e a cumprir todas as cláusulas da aliança contida no livro. Todo o povo concordou com essa aliança.
Palavra do Senhor
Ensinai-me a viver vossos preceitos, ó Senhor!
Ensinai-me a viver vossos preceitos;
quero guarda-los fielmente até o fim!
Dai-me o saber, e cumprirei a vossa lei,
e de todo o coração a guardarei.
Guiai meus passos no caminho que traçastes,
pois só nele encontrarei felicidade.
Inclinai meu coração às vossas leis,
e nunca ao dinheiro e à avareza.
Desviais o meu olhar das coisas vãs,
dai-me a vida pelos vossos mandamentos!
Aleluia, aleluia, aleluia.
Ficai em mim e eu em vós ficarei, diz Jesus; quem em mim permanece há de dar muito fruto (Jo 15,4s).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
7 15 Disse Jesus: “Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores.
16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos?
17 Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos.
18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos.
19 Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo.
20 Pelos seus frutos os conhecereis”.
Palavra da Salvação.
APRENDENDO A DISCERNIR
Nem no seio da comunidade cristã o discípulo está a salvo. Aí, também, pode ser vítima de engano, e acabar se desviando do ensinamento autêntico do Mestre. Pois bem, quando Jesus falou de falsos profetas que são como lobos disfarçados em cordeiros não estava se referindo às pessoas de fora, e sim às lideranças da comunidade, que tentavam enganar os que tinham aderido ao Reino. Por conseguinte, os inimigos eram os próprios irmãos de fé.
Quem eram os falsos profetas? Eram os cristãos que, com uma aparência de piedade, contaminavam a comunidade com doutrinas espúrias, contrárias às de Jesus. Desta forma, levavam as pessoas a não prosseguirem no seu caminho de fé, e sim a se afastarem da comunidade, quando não, em muitos casos, a optarem por uma vida de libertinagem.
A preocupação principal era de caráter prático: os cristãos poderiam ser levados a viver uma vida incompatível com sua condição de discípulos do Reino. Urgia ter um agudo senso de discernimento até mesmo em relação à comunidade cristã, e, de maneira especial, a seus líderes. Jesus ofereceu um critério prático, que consistia em confrontar o ensinamento com a vida. O modo de proceder seria o aferidor da veracidade do líder comunitário. Se, no seu dia-a-dia, desse testemunho de lutar pela justiça do Reino, poderia ser considerado verdadeiro profeta. Caso contrário, a comunidade deveria precaver-se dele como de um lobo traiçoeiro.
Oração
Pai, dá-me o discernimento necessário para perceber quem, revestido de pele de cordeiro, pode levar-me a arrefecer meu entusiasmo por ti e por teu Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Paulino nasceu no ano de 355, na cidade de Bordeaux, na França. Seu pai era um alto funcionário imperial e toda a família ocupava posição de destaque na economia e na corte. Antes de tornar-se religioso, o próprio Paulino foi cônsul e substituiu o governador da Campânia. Nessa posição, manteve contato com o bispo Ambrósio, de Milão, bem como com o jovem Agostinho, que se tornara bispo de Hipona, os quais o encaminharam à conversão. Assim, aos vinte e cinco anos de idade Paulino foi batizado.
Um ano antes tinha se casado com Terásia, uma cristã espanhola que também o influenciou a aprofundar-se nos ensinamentos do Evangelho. Quando perderam, ainda criança, o único filho, Celso, os dois resolveram abandonar de vez a vida social e abraçar a vida monástica. De comum acordo, dividiram as grandes riquezas que possuíam com os pobres e as obras de caridade voltadas para o atendimento de doentes e desamparados e se dirigiram para a Catalunha, na Espanha.
Pouco tempo depois, Paulino, que se tornara conhecido e estimado por todo o povo, encaminhou ao bispo um pedido para que este o ordenasse sacerdote. O que aconteceu, além de ser convidado a participar do clero local ou, se preferisse, ingressar no de Milão, mas recusou a ambos. Queria, de verdade, uma vida de monge recluso, por isso mudou-se para a Campânia, onde a família ainda tinha como propriedade o túmulo de um mártir, são Félix. Paulino começou a construir ali um santuário para o santo, e ao mesmo tempo fez levantar uma hospedaria para os peregrinos pobres.
Em seguida, transformou um dos andares em mosteiro e deu início a uma comunidade religiosa formada por ele, a esposa e alguns amigos. A principal característica desses monges era a comunicação feita somente por meio de correspondência escrita. Foram cinqüenta e uma cartas dirigidas aos amigos e personalidades do mundo cristão, entre eles Agostinho, o bispo de Hipona. Paulino revelou-se um grande poeta, escritor e pregador, foi uma figura tão brilhante quanto humilde.
Entretanto a vida calma que almejara quando abdicou de sua condição de herdeiro político de bons cargos no Império Romano para levar uma vida pobre em dinheiro e poder, mas rica em fé e dignidade, terminaria em 409. Na ocasião, foi eleito e consagrado bispo de Nola, diocese de Nápoles, cargo que ocupou até morrer no ano 431, um ano após a morte do amigo e companheiro Agostinho, hoje também santo e doutor da Igreja.
Fonte: www.domtotal.com