Dia 6 de Outubro - Quinta-feira XXVII SEMANA DO TEMPO COMUM (Verde Ofício do Dia)
06 de Outubro de 2016
Leitura da carta de São Paulo aos Gálatas.
3 1 Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou a vós, ante cujos olhos foi apresentada a imagem de Jesus Cristo crucificado?
2 Apenas isto quero saber de vós: recebestes o Espírito pelas práticas da lei ou pela aceitação da fé?
3 Sois assim tão levianos? Depois de terdes começado pelo Espírito, quereis agora acabar pela carne?
4 Ter feito tais experiências em vão! Se é que foi em vão!
5 Aquele que vos dá o Espírito e realiza milagres entre vós, acaso o faz pela prática da lei, ou pela aceitação da fé?
Palavra do Senhor.
Bendito seja o Senhor Deus de Israel,
Porque a seu povo visitou e libertou!
Fez surgir um poderoso salvador
Na casa de Davi, seu servidor,
Como falara pela boca de seus santos,
Os profetas desde os tempos mais antigos.
Para salvar-nos do poder dos inimigos
E da mão de todos quantos nos odeiam.
Assim mostrou misericórdia a nossos pais,
Recordando a sua aliança.
E o juramento a Abraão, o nosso pai,
De conceder-nos que, libertos do inimigo,
A ele nós sirvamos sem temor,
Em santidade e em justiça diante dele,
Enquanto perdurarem nossos dias.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Abri-nos, ó Senhor, o coração para ouvirmos a palavra de Jesus! (At 16,14)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 11 5 disse Jesus aos seus discípulos: "Se alguém de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães,
6 pois um amigo meu acaba de chegar à minha casa, de uma viagem, e não tenho nada para lhe oferecer’;
7 e se ele responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta já está fechada, meus filhos e eu estamos deitados; não posso levantar-me para te dar os pães’;
8 eu vos digo: no caso de não se levantar para lhe dar os pães por ser seu amigo, certamente por causa da sua importunação se levantará e lhe dará quantos pães necessitar.
9 E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.
10 Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá.
11 Se um filho pedir um pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra? Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente?
12 Ou se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á porventura um escorpião?
13 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem".
Palavra da Salvação.
A CERTEZA DE SER ATENTIDO
O discípulo do Reino reza com a absoluta certeza de que será atendido. Entretanto, deverá submeter-se às exigências da oração cristã, que o despoja de si mesmo e de seu egoísmo para abri-lo à comunhão com o Pai e com o próximo. Deus não dá ouvido à oração do egoísta, o qual só busca suas necessidades pessoais e seus interesses.
A parábola evangélica mostra ser inconcebível que um amigo não atenda ao companheiro necessitado, mesmo à custa de incômodos. Um tal comportamento estaria em aberto contraste com o espírito de hospitalidade oriental.
O amigo recorreu ao outro por ter plena confiança de não ser decepcionado. A parábola refere-se aos obstáculos encontrados: a porta da casa já estava fechada e, para abri-la, seria preciso acordar as crianças que estavam dormindo na sala, conforme o costume da época. O mesmo acontece com a oração cristã: não é atendida de maneira mágica como se ao pedido se seguisse um imediato atendimento. O orante reza e confia, esperando a hora de ser atendido.
Se um homem, mesmo devendo acordar no meio da noite, atende o pedido de seu amigo necessitado, quanto mais Deus atenderá a oração de quem reza como convém. Disto nenhum discípulo pode duvidar. Caso contrário, estaria considerando o Pai celeste pior que o mais malvados dos pais da Terra.
Conclusão: o Pai do Céu reserva o que há de melhor para os filhos e filhas que se dirigem a ele com toda confiança.
Oração
Pai, que a minha oração seja plena de confiança em ti, pois sei que queres dar-me o que tens de melhor, o Espírito Santo.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Em meados do primeiro milênio depois de Cristo, Hugo, o bispo da diocese francesa de Grenoble, sonhou certa vez com sete estrelas que brilhavam sobre um lugar escuro, muito deserto. Achou estranho. Algum tempo depois, foi procurado por sete nobres e ricos, que queriam converter-se à vida religiosa e buscavam sua orientação, por causa da santidade e do prestígio do bispo. Hugo, reconhecendo na situação o sonho que tivera, ouviu-os com atenção e ofereceu-lhes fazer sua obra num lugar de difícil acesso, solitário, árido e inóspito. Assim, tiveram todo o seu apoio episcopal.
Esses homens buscavam apenas o total silêncio e solidão para orar e meditar. Tudo o que desejavam, ou seja, queriam atingir a elevação espiritual, cortando definitivamente as relações com as coisas mundanas. Eles eram Bruno e seus primeiros seis seguidores e a ordem que fundaram foi a dos monges cartuxos. Bruno era um nobre e rico fidalgo alemão, que nasceu e cresceu na bela cidade de Colônia. Sua família era conhecida pela piedade e fervorosa devoção cristã.
Cedo aquele jovem elegante resolveu abandonar a vida de vaidades e prazeres, que considerava inútil, sem sentido e improdutiva. Como era propício à nobreza, foi estudar na França e Itália. No primeiro país concluiu os estudos na escola da diocese de Reims, onde também se ordenou e posteriormente lecionou teologia.
Como aluno, teve até mesmo um futuro papa. Mas também conhecia a fama de santidade do bispo de Grenoble, por isso decidiu procurá-lo. Assim, no lugar indicado por ele, Bruno liderou a construção da primeira Casa de Oração, com pequenas celas ao redor. Nascia a Ordem dos monges Cartuxos, cujas Regras foram aprovadas em 1176, mas ele já havia morrido. Lá, ele e seus discípulos se obrigaram ao silêncio permanente e absoluto.
Oravam, trabalhavam, repousavam e comiam, mas no mais absoluto e total silêncio. Em 1090, o sumo pontífice era seu ex-aluno, que, tomando o nome de papa Urbano II, chamou Bruno para ser seu conselheiro. Ele, devendo obediência, abandonou aquele lugar ermo que amava profundamente.
Porém não resistiu muito em Roma. Logo obteve aprovação do papa para construir seu mosteiro de Grenoble e também a autorização para fundar outra Casa da Ordem dos Cartuxos, na Calábria, num local ermo chamado bosque de La Torre, hoje chamado Serra de São Bruno, província de Vito Valentia. Viveu assim recolhido até que adoeceu gravemente. Chamou, então, os irmãos e fez uma confissão pública da sua vida e reiterou a profissão da sua fé, entregando o espírito a Deus em 6 de outubro de 1101.
Gozando de fama de santidade, seu culto ganhou novo impulso em 1515. Na ocasião, o seu corpo, enterrado no cemitério no Convento de La Torre, foi exumado e encontrado completamente intacto, tendo, assim, sua celebração confirmada. Em 1623, o papa Gregório XV declarou Bruno santo da Igreja. Seguindo o carisma de seu fundador, a Ordem dos Cartuxos é uma das mais austeras da Igreja Católica e seguiu assim ao longo dos tempos, como ele mesmo previu: "Nunca será reformada, porque nunca será deformada". Entretanto, atualmente, conta apenas com dezenove mosteiros espalhados pelo mundo todo.
Fonte: http://www.domtotal.com