SANTA MÔNICA ESPOSA, MÃE E VIÚVA (Branco, Prefácio Comum ou dos Santos Ofício da Memória)
27 de Agosto de 2019
A mulher que teme a Deus será louvada; seus filhos a proclamam feliz e seu marido a elogia (Pr 31,30.28).
Ó Deus, consolação dos que choram, que acolhestes, misericordioso, as lágrimas de santa Mônica pela conversão de seu filho, Agostinho, dai-nos, pela intercessão de ambos, chorar os nossos pecados e alcançar o vosso perdão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
2 1Bem sabeis, irmãos, que a nossa ida a vós não foi em vão.
2Apesar de maltratados e ultrajados em Filipos, como sabeis, ousamos, confiados em nosso Deus, pregar-vos o Evangelho de Deus em meio de muitas lutas.
3A nossa pregação não provém de erro, nem de intenções fraudulentas, nem de engano.
4Mas, como Deus nos julgou dignos de nos confiar o Evangelho, falamos, não para agradar aos homens, e sim a Deus, que sonda os nossos corações.
5Com efeito, nunca usamos de adulação, como sabeis, nem fomos levados por fins interesseiros. Deus é testemunha.
6Não buscamos glórias humanas, nem de vós nem de outros.
7Na qualidade de apóstolos de Cristo, poderíamos apresentar-nos como pessoas de autoridade. Todavia, nos fizemos discretos no meio de vós. Como a mãe a acariciar os seus filhinhos,
8assim, em nossa ternura por vós, desejávamos não só comunicar-vos o Evangelho de Deus, mas até a nossa própria vida, porquanto nos sois muito queridos.
Palavra do Senhor.
Senhor, vós me sondais e me conheceis!
Senhor, vós me sondais e conheceis,
sabeis quando me sento ou me levanto;
de longe penetrais meus pensamentos,
percebeis quando me deito e quando eu anda,
os meus caminhos vos são todos conhecidos.
A palavra nem chegou à minha língua,
e já, Senhor, a conheceis inteiramente.
Por detrás e pela frente me envolveis;
pusestes sobre mim a vossa mão.
Essa verdade é por demais maravilhosa,
é tão sublime, que não posso compreendê-la.
Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra do Senhor é via e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 23 23disse Jesus: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia, a fidelidade. Eis o que era preciso praticar em primeiro lugar, sem contudo deixar o restante.
24Guias cegos! Filtrais um mosquito e engolis um camelo.
25Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Limpais por fora o copo e o prato e por dentro estais cheios de roubo e de intemperança.
26Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o que está fora fique limpo".
Palavra da Salvação.
AS COISAS NECESSÁRIAS
Os escribas e fariseus enganavam-se quando se preocupavam com coisas secundárias, descuidando-se das coisas fundamentais. Mostravam-se escrupulosos no pagamento do dízimo, não omitindo nem mesmo o das ervinhas cultivadas no fundo do quintal, ao invés de se destacarem na prática da justiça, da misericórdia e da fidelidade.
Nesta mesma linha, procuravam ser exemplares no cumprimento da pureza ritual. Lavavam pratos e copos, com todo cuidado, ao passo que seu interior estava cheio de maldades. A impureza deles, portanto, não vinha de fora para dentro, mas de dentro para fora, e precisava ser combatida na sua raiz.
A comunidade cristã não podia cair na armadilha farisaica e perder tempo com picuinhas, olvidando os pontos fundamentais do ensinamento de Jesus. Ponto de honra para ela seria a prática da misericórdia, mormente em relação aos mais fracos e pequeninos; a prática da justiça, em conformidade com as exigências do Reino; a contínua busca da fidelidade a Deus e ao seu projeto. Só assim os discípulos se tornariam modelo para quem, com sinceridade, estivesse buscando a Deus. O Reino se funda em coisas essenciais, que são, efetivamente, uma estrada para Deus.
Oração
Senhor Jesus, faze-me buscar sempre o que é essencial e pode conduzir-me ao Pai.
O comentário litúrgico é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês.
Concedei, ó Deus, que este sacrifício em comemoração de santa Mônica nos alcance o vosso perdão e a salvação que esperamos. Por Cristo, nosso Senhor.
O reino dos céus pode ser comparado a um negociante de pérolas; quando encontra a mais preciosa, vende tudo o que tem para comprá-la (Mt 13,45s).
Deus todo-poderoso, a força divina deste sacramento nos ilumine e afervore nesta festividade de santa Mônica, para que, animados sempre de santos propósitos, multipliquemos as boas obras. Por Cristo, nosso Senhor.
Mônica nasceu em Tagaste, atual Argélia, na África, no ano 331, no seio de uma família cristã. Desde muito cedo dedicou sua vida a ajudar os pobres, que visitava com freqüência, levando o conforto por meio da Palavra de Deus. Teve uma vida muito difícil. O marido era um jovem pagão muito rude, de nome Patrício, que a maltratava. Mônica suportou tudo em silêncio e mansidão. Encontrava o consolo nas orações que elevava a Cristo e à Virgem Maria pela conversão do esposo. E Deus recompensou sua dedicação, pois ela pôde assistir ao batismo do marido, que se converteu sinceramente um ano antes de morrer. Tiveram dois filhos, Agostinho e Navígio, e uma filha, Perpétua, que se tornou religiosa. Porém Agostinho foi sua grande preocupação, motivo de amarguras e muitas lágrimas. Mesmo dando bons conselhos e educando o filho nos princípios da religião cristã, a vivacidade, inconstância e o espírito de insubordinação de Agostinho fizeram que a sábia mãe adiasse o seu batismo, com receio que ele profanasse o sacramento. E teria acontecido, porque Agostinho, aos dezesseis anos, saindo de casa para continuar os estudos, tomou o caminho dos vícios. O coração de Mônica sofria muito com as notícias dos desmandos do filho e por isso redobrava as orações e penitências. Certa vez, ela foi pedir os conselhos do bispo, que a consolou dizendo: "Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas". Agostinho tornou-se um brilhante professor de retórica em Cartago. Mas, procurando fugir da vigilância da mãe aflita, às escondidas embarcou em um navio para Roma, e depois para Milão, onde conseguiu o cargo de professor oficial de retórica. Mônica, desejando a todo custo ver a recuperação do filho, viajou também para Milão, onde, aos poucos, terminou seu sofrimento. Isso porque Agostinho, no início por curiosidade e retórica, depois por interesse espiritual, tinha se tornado freqüentador dos envolventes sermões de santo Ambrósio. Foi assim que Agostinho se converteu e recebeu o batismo, junto com seu filho Adeodato. Assim, Mônica colhia os frutos de suas orações e de suas lágrimas. Mãe e filho decidiram voltar para a terra natal, mas, chegando ao porto de Óstia, perto de Roma, Mônica adoeceu e logo depois faleceu. Era 27 de agosto de 387 e ela tinha cinqüenta e seis anos. O papa Alexandre III confirmou o tradicional culto a santa Mônica, em 1153, quando a proclamou Padroeira das Mães Cristãs. A sua festa deve ser celebrada no mesmo dia em que morreu. O seu corpo, venerado durante séculos na igreja de Santa Áurea, em Óstia, em 1430 foi trasladado para Roma e depositado na igreja de Santo Agostinho.
Fonte: Portal Dom Total - Liturgia Diária