Liturgia Diária
28 de Mar�o de 2021
Seis dias antes da solene Páscoa, quando o Senhor veio a Jerusalém, correram até os pequeninos. Trazendo em suas mãos ramos e palmas, em alta voz cantavam em sua honra: Bendito és tú que vens com tanto amor! Hosana nas alturas!
Deus eterno de todo-poderoso, para dar aos homens um exemplo de humildade, quisestes que o nosso salvador se fizesse homem e morresse na cruz. Concedei-nos aprender o ensinamento da sua paixão e ressuscitar com ele em sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura do livro do profeta Isaías.
50 4 O Senhor Deus deu-me a língua de um discípulo para que eu saiba reconfortar pela palavra o que está abatido. Cada manhã ele desperta meus ouvidos para que escute como discípulo;
5 (o Senhor Deus abriu-me o ouvido) e eu não relutei, não me esquivei.
6 Aos que me feriam, apresentei as espáduas, e as faces àqueles que me arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros.
7 Mas o Senhor Deus vem em meu auxílio: eis por que não me senti desonrado; enrijeci meu rosto como uma pedra, convicto de não ser desapontado.
Palavra do Senhor.
Meus Deus, me Deus, por que me abandonastes?
Riem de mim todos aqueles que me vêem,
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
“Ao Senhor se confiou, ele o liberte
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!”
Cães numerosos me rodeiam furiosos,
e por um bando de malvados fui cercado.
Transpassaram minhas mãos e os meus pés
e eu posso contar todos os meus ossos.
Eles repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam entre si a minha túnica.
Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe,
ó minha força, vinde logo em meu socorro!
Anunciarei o vosso nome a meus irmãos
e no meio da assembléia hei de louvar-vos!
Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores,
glorificai-o, descendentes de Jacó,
e respeitai-o, toda a raça de Israel!
Leitura da carta de são Paulo aos Filipenses.
2 6 Jesus Cristo, sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus,
7 mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens.
8 E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
9 Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes,
10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos.
11 E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor.
Palavra do Senhor.
Glória e louvor a vós, ó Cristo.
Jesus Cristo se tornou obediente, obediente até a morte numa cruz; pelo que o Senhor Deus o exaltou e deu-lhe um nome muito acima de outro nome (Fl 2,8s).
N = Narrador
L = Leitor
P = Presidente
G = Grupo ou assembleia
N (Narrador) Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos.
15 1 Logo pela manhã se reuniram os sumos sacerdotes com os anciãos, os escribas e com todo o conselho. E tendo amarrado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos.
2 Este lhe perguntou:
Leitor (L): “És tu o rei dos judeus?”
N: Ele lhe respondeu:
Presidente (P): “Sim.”
3 Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas.
4 Pilatos perguntou-lhe outra vez:
L: “Nada respondes? Vê de quantos delitos te acusam!”
N: 5 Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos ficou admirado.
6 Ora, costumava ele soltar-lhes em cada festa qualquer dos presos que pedissem.
7 Havia na prisão um, chamado Barrabás, que fora preso com seus cúmplices, o qual na sedição perpetrara um homicídio.
8 O povo que tinha subido começou a pedir-lhe aquilo que sempre lhes costumava conceder.
9 Pilatos respondeu-lhes:
L: “Quereis que vos solte o rei dos judeus?”
N: 10 (Porque sabia que os sumos sacerdotes o haviam entregue por inveja.)
11 Mas os pontífices instigaram o povo para que pedissem de preferência que lhes soltasse Barrabás.
12 Pilatos falou-lhes outra vez:
L: “E que quereis que eu faça daquele a quem chamais o rei dos judeus?”
N: 13 Eles tornaram a gritar:
Grupo (G): “Crucifica-o!”
N: 14 Pilatos replicou:
L: “Mas que mal fez ele?”
N: Eles clamavam mais ainda:
G: “Crucifica-o!”
N: 15 Querendo Pilatos satisfazer o povo, soltou-lhes Barrabás e entregou Jesus, depois de açoitado, para que fosse crucificado.
16 Os soldados conduziram-no ao interior do pátio, isto é, ao pretório, onde convocaram toda a coorte.
17 Vestiram Jesus de púrpura, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na sua cabeça.
18 E começaram a saudá-lo:
G: “Salve, rei dos judeus!”
N: 19 Davam-lhe na cabeça com uma vara, cuspiam nele e punham-se de joelhos como para homenageá-lo.
20 Depois de terem escarnecido dele, tiraram-lhe a púrpura, deram-lhe de novo as vestes e conduziram-no fora para o crucificar.
21 Passava por ali certo homem de Cirene, chamado Simão, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, e obrigaram-no a que lhe levasse a cruz.
22 Conduziram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do crânio.
23 Deram-lhe de beber vinho misturado com mirra, mas ele não o aceitou.
24 Depois de o terem crucificado, repartiram as suas vestes, tirando a sorte sobre elas, para ver o que tocaria a cada um.
25 Era a hora terceira quando o crucificaram.
26 A inscrição que motivava a sua condenação dizia: O rei dos judeus.
27 Crucificaram com ele dois bandidos: um à sua direita e outro à esquerda.
28
29 Os que iam passando injuriavam-no e abanavam a cabeça, dizendo:
G: “Olá! Tu que destróis o templo e o reedificas em três dias,
30 salva-te a ti mesmo! Desce da cruz!”
N: 31 Desta maneira, escarneciam dele também os sumos sacerdotes e os escribas, dizendo uns para os outros:
G: “Salvou a outros e a si mesmo não pode salvar!”
32 Que o Cristo, rei de Israel, desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos!
N: Também os que haviam sido crucificados com ele o insultavam.
33 Desde a hora sexta até a hora nona, houve trevas por toda a terra.
34 E à hora nona Jesus bradou em alta voz:
P: “Elói, Elói, lammá sabactáni?”,
N: que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
35 Ouvindo isto, alguns dos circunstantes diziam:
G: “Ele chama por Elias!”
N: 36 Um deles correu e ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta de uma vara, deu-lho para beber, dizendo:
L: “Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo”.
N: 37 Jesus deu um grande brado e expirou.
38 O véu do templo rasgou-se então de alto a baixo em duas partes.
39 O centurião que estava diante de Jesus, ao ver que ele tinha expirado assim, disse:
L: “Este homem era realmente o Filho de Deus”.
N: Palavra da Salvação.
A DIVINDADE ESCONDIDA
A paixão, tirada do conjunto dos eventos da vida de Jesus, é chocante. O evangelista não caiu na tentação de minimizar a tragicidade da experiência de Jesus nem, muito menos, esvaziá-la, apelando para a certeza da ressurreição.
No Getsemani, Jesus provou uma grande tristeza e ficou angustiado. Suspenso na cruz, fez a experiência do abandono por parte do Pai. Some-se a isto, a traição de Judas que, com um beijo, entregou-o a seus adversários. A tríplice negação de Pedro, incapaz de ser verdadeiro diante de uma empregada do sumo sacerdote. A fuga dos demais discípulos, atemorizados diante da sorte do Mestre. Toda uma trama armada para garantir uma sentença dada à revelia do acusado. A paixão, calcada na figura profética do Servo Sofredor, apresenta a figura de Jesus despida de qualquer dignidade, reduzida à condição de trapo humano.
Dois gestos, em relação a Jesus, são dignos de nota. A exclamação do militar romano, um pagão que fez uma leitura correta da paixão, reconhecendo ser Jesus, de fato, o Filho de Deus; e o gesto solidário de algumas mulheres que o seguiram até o fim.
Embora escondida, é necessário reportar-se à divindade para se compreender a paixão de Jesus. Caso contrário, sua morte teria sido um episódio irrelevante.
Oração
Senhor Jesus, como o oficial romano, confesso a tua condição de Filho de Deus crucificado. Que eu compreenda o verdadeiro sentido de tua paixão.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Ó Deus, pela paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, sejamos reconciliados convosco, de modo que, ajudados pela vossa misericórdia, alcancemos pelo sacrifício do vosso Filho o perdão que não merecemos por nossas obras. Por Cristo, nosso Senhor.
A Paixão do Senhor
Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Inocente, Jesus quis sofrer pelos pecadores. Santíssimo, quis ser condenado a morrer pelos criminosos. Sua morte apagou nossos pecados e sua ressurreição nos trouxe vida nova. Por ele, os anjos cantam vossa grandeza e os santos proclamam vossa glória. Concedei-nos também a nós associar-nos a seus louvores, cantando (dizendo) a uma só voz...
Ó Pai, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade! (Mt 26,42)
Saciados pelo vosso sacramento, nós vos pedimos, ó Deus: como, pela morte de vosso Filho, nos destes esperar o que cremos, dai-nos, pela sua ressurreição, alcançar o que buscamos. Por Cristo, nosso Senhor.
Fonte: Texto: Site Dom Total