Liturgia Diária
17 de Julho de 2021
Ao nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra e nos abismos; e toda língua proclame, para glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor! (Fl 2,10s)
Ó Deus, que escolhestes Inácio de Azevedo e seus trinta e nove companheiros para regarem com seu sangue as primeiras sementes do evangelho lançadas na Terra de Santa Cruz, concedei-nos professar constantemente, para vossa maior glória, a fé que recebemos de nossos antepassados. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura do livro do Êxodo.
12 37Os israelitas partiram de Ramsés para Socot, em número de seiscentos mil homens, aproximadamente, sem contar os meninos.
38Além disso, acompanhava-os uma numerosa multidão, bem como rebanhos consideráveis de ovelhas e de bois.
39Cozeram bolos ázimos da massa que levaram do Egito, pois esta não se tinha fermentado, porque tinham sido lançados fora do país e não puderam deter-se nem fazer provisões.
40A permanência dos israelitas no Egito durara quatrocentos e trinta anos.
41Exatamente no fim desses quatrocentos e trinta anos, todos os exércitos do Senhor saíram do Egito:
42Foi uma noite de vigília para o Senhor, a fim de tirá-los do Egito: essa mesma noite é uma vigília a ser celebrada de geração em geração por todos os israelitas, em honra do Senhor.
Palavra do Senhor.
Eterna é sua misericórdia.
Demos graças ao Senhor, por que ele é bom:
porque eterno é seu amor!
De nós, seu povo humilhado, recordou-se:
porque eterno é seu amor!
De nossos inimigos libertou-nos:
porque eterno é seu amor!
Ele feriu os primogênitos do Egito
porque eterno é seu amor!
E tirou do meio deles Israel:
porque eterno é seu amor!
Com mão forte e com braço estendido:
porque eterno é seu amor!
Ele cortou o mar Vermelho em duas partes:
porque eterno é o seu amor!
Fez passar no meio dele Israel:
porque eterno é o seu amor!
E afogou o faraó com suas tropas:
porque eterno é seu amor!
Aleluia, aleluia, aleluia.
Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou esta reconciliação (2Cor 5,19).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
12 14Os fariseus saíram dali e deliberaram sobre os meios de matar Jesus.
15Jesus soube disso e afastou-se daquele lugar. Uma grande multidão o seguiu, e ele curou todos os seus doentes.
16Proibia-lhes formalmente falar disso,
17para que se cumprisse o anunciado pelo profeta Isaías:
18"Eis o meu servo a quem escolhi, meu bem-amado em quem minha alma pôs toda sua a afeição. Farei repousar sobre ele o meu Espírito e ele anunciará a justiça aos pagãos.
19Ele não disputará, não elevará sua voz; ninguém ouvirá sua voz nas praças públicas.
20Não quebrará o caniço rachado, nem apagará a mecha que ainda fumega, até que faça triunfar a justiça.
21Em seu nome as nações pagãs porão sua esperança".
Palavra da Salvação.
Aceitai, ó Deus, as nossas oferendas e fazei que sejamos fortalecidos pelo mesmo sacrifício que sustentou no martírio o bem-aventurado Inácio e seus companheiros. Por Cristo, nosso Senhor.
Se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho; mas, se morrer, produzirá muitos frutos (Jo 12,24).
Tendo participado, ó Deus, do mistério pascal à mesa da eucaristia, fazei-nos fiéis ao vosso serviço, a exemplo dos quarenta mártires que deram por vós a sua vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Inácio de Azevedo nasceu em Portugal, na cidade do Porto, em 1527. Seus pais, Manuel e Violante, eram descendentes de famílias lusitanas, ricas e poderosas. Desde pequeno foi educado sob preceitos cristãos e recebeu também vasta cultura acadêmica. Aos dezoito anos, tornou-se administrador dos bens da família, pois tinha inteligência acima da média. Mas sua vocação era a religião. Após um retiro na cidade de Coimbra, entrou para a Companhia de Jesus em 1548. Cinco anos depois, recebeu a ordenação sacerdotal. Seus estudos eram tão avançados e seus conhecimentos tão extensos que, mesmo sem terminar o curso de teologia, foi nomeado reitor do Colégio Santo Antonio, em Lisboa. Em 1565, foi escolhido pelos jesuítas para representá-los, em Roma, na eleição do novo geral, que era ninguém menos que o próprio Francisco Borja, hoje santo. Admirado com a capacidade de Inácio, deu-lhe a incumbência de vistoriar as missões jesuítas nas Índias e no Brasil. Tal viagem de inspeção durou três anos. No Brasil, a evangelização começara havia apenas dezesseis anos, mas o trabalho dos jesuítas dava frutos em profusão. A Companhia de Jesus já estava presente em sete tribos no interior e, no litoral, possuía escolas e seminários. Ao voltar, Inácio relatou ao geral que o trabalho ia muito bem, mas poderia render ainda mais se houvesse um número maior de missionários. Recebendo autorização do superior, recrutou jesuítas na Espanha e Portugal. Após cinco meses de preparativos, ele e mais trinta e nove companheiros partiram para o Brasil, em 5 de junho de 1570, num navio mercante. Na mesma data, partiu também uma embarcação de guerra comandada por dom Luis Vasconcelos, governador do Brasil, onde seguiam mais trinta jesuítas. Oito dias depois, os dois navios pararam na ilha da Madeira, para esperar ventos mais fortes e melhor direcionados. O navio de guerra ali permaneceu, mas o capitão do mercante, que era Inácio, resolveu zarpar em direção às ilhas Canárias. Apesar dos boatos da existência de piratas calvinistas no caminho, que estariam no encalço dos jesuítas, ele não quis ouvir os conselhos de não seguir viagem. Inácio e seus parceiros preferiram permanecer a bordo e não desistir, pois não temiam a morte. Ela, de fato, os encontrou em alto mar. O navio foi atacado pelo corsário calvinista francês Jacques Sourie, que partira de La Rochelle, justamente no encalço dos missionários. O navio foi dominado, os tripulantes e demais passageiros poupados, mas todos os jesuítas foram degolados imediatamente. Era o dia 15 de julho de 1570. O culto a Inácio de Azevedo e companheiros foi aprovado pelo papa Pio IX em 1854. A festa ocorre no dia do trânsito dos quarenta de jesuítas martirizados pelas mãos de piratas calvinistas. São venerados como os "Mártires do Brasil".