Liturgia Diária
DIA 2 DE NOVEMBRO - DOMINGO
TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS
(ROXO OU PRETO, PREFÁCIO DOS MORTOS – OFÍCIO PRÓPRIO)
01 de Novembro de 2014
Leitura (Jó 19,1.23-27)
Leitura do livro de Jó.
19 1 Jó respondeu então nestes termos:
23 “Oh!, se minhas palavras pudessem ser escritas, consignadas num livro,
24 gravadas por estilete de ferro em chumbo, esculpidas para sempre numa rocha!
25 Eu o sei: meu vingador está vivo, e aparecerá, finalmente, sobre a terra.
26 Por detrás de minha pele, que envolverá isso, na minha própria carne, verei Deus.
27 Eu mesmo o contemplarei, meus olhos o verão, e não os olhos de outro; meus rins se consomem dentro de mim”.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 26/27
O Senhor é minha luz e salvação.
O Senhor é minha luz e salvação;
De quem eu terei medo?
O Senhor é a proteção da minha vida;
Perante quem eu tremerei?
Ao Senhor eu peço apenas uma coisa,
E é só isto que eu desejo:
Habitar no santuário do Senhor
Por toda a minha vida;
Saborear a suavidade do Senhor
E contempla-lo no seu templo.
Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo,
Atendei por compaixão!
É vossa face que eu procuro.
Não afasteis em vosso ira o vosso servo,
Sóis vós o meu auxílio!
Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
Na terra dos viventes.
Espera no Senhor e tem coragem,
Espera no Senhor!
Leitura (Romanos 5,5-11)
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
5 5 Irmãos, a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
6 Com efeito, quando éramos ainda fracos, Cristo a seu tempo morreu pelos ímpios.
7 Em rigor, a gente aceitaria morrer por um justo, por um homem de bem, quiçá se consentiria em morrer.
8 Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.
9 Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10 Se, quando éramos ainda inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, com muito mais razão, estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida.
11 Ainda mais: nós nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem desde agora temos recebido a reconciliação!
Palavra do Senhor.
Evangelho (João 6,37-40)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
6 37 Disse Jesus: “Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não o lançarei fora.
38 Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.
39 Ora, esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia.
40 Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
DIA DOS FINADOS cristãos batizados são convidados a santificar-se e os que decidem viver plenamente o mistério pascal de Cristo não têm medo da morte. Porque ele disse: "Eu sou a ressurreição e a vida". Para todos os povos da humanidade, seja qual for a origem, cultura e credo, a morte continua a ser o maior e mais profundo dos mistérios. Mas para os cristãos tem o gosto da esperança. Dando sua vida em sacrifício e experimentando a morte, e morte na cruz, ele ressuscitou e salvou toda a humanidade. Esse é o mistério pascal de Cristo: morte e ressurreição. Ele nos garantiu que, para quem crê, for batizado e seguir seus ensinamentos, a morte é apenas a porta de entrada para desfrutar com ele a vida eterna no Reino do Pai.
Enquanto para todos os seres humanos a morte é a única certeza absoluta, para os cristãos ela é a primeira de duas certezas. A segunda é a ressurreição, que nos leva a aceitar o fim da vida terrena com compreensão e consolo. Para nós, a morte é um passo definitivo em direção à colheita dos frutos que plantamos aqui na terra.
Assim sendo, até quando Nosso Senhor Jesus Cristo estiver na glória de seu Pai, estará destruída a morte e a ele serão submetidas todas as coisas. Alguns são seus discípulos peregrinos na terra, outros que passaram por esta vida estão se purificando e outros, enfim, gozam da glória contemplando Deus. Os glorificados integram a Igreja triunfal e são Todos os Santos, os quais, nós, os intees da Igreja militante, cristãos peregrinos na terra, comemoramos no dia 1o de novembro.
Os Finados integram a Igreja da purificação e são todos os que morreram sem arrepender-se do pecado. O culto de hoje é especialmente dedicado a esses. Embora todos os dias, em todas as missas rezadas no mundo inteiro, haja um momento em que se pede pelas almas dos que nos deixaram e aguardam o tempo profetizado e prometido da ressurreição.
A Igreja ensina-nos que as almas em purificação podem ser socorridas pelas orações dos fiéis. Assim, este dia é dedicado à memória dos nossos antepassados e entes que já partiram. No sentido de fazer-nos solidários para com os necessitados de luz e também para reflexão sobre nossa própria salvação.
Encontramos a celebração da missa pelos mortos desde o século V. Santo Isidoro de Sevilha, que presidiu dois concílios importantes, confirmou o culto no século VII. Tempos depois, em 998, por determinação do abade santo Odilo, todos os conventos beneditinos passaram, oficialmente, a celebrar "o dia de todas as almas", que já ocorria na comunidade no dia seguinte à festa de Todos os Santos. A partir de então, a data ganhou expressão em todo o mundo cristão.
Em 1311, Roma incluiu, definitivamente, o dia 2 de novembro no calendário litúrgico da Igreja para celebrar "Todos os Finados". Somente no inicio do século XX, em 1915, quando a morte, a sombra terrível, pairou sobre toda a humanidade, devido à I Guerra Mundial, o papa Bento XIV oficiou o decreto para que os sacerdotes do mundo todo rezassem três missas no dia 2 de novembro, para Todos os Finados.
Santo do Dia / Comemoração (FINADOS):
A Igreja, guardiã e intérprete da divina Revelação, ensina que todos os que morrem na graça de Deus e entram na vida eterna não rompem suas relações com os irmãos que sobrevivem: vivos e mortos, santificados pelo mesmo Espírito, formam o Corpo Místico de Cristo, a Igreja.
Igreja triunfante, celebrada no dia anterior a este, com a solenidade de Todos os Santos; Igreja militante, peregrina sobre a terra, a caminho do Reino prometido por Cristo aos redimidos; e Igreja da purificação, um estado intermediário, temporário, que tem seu fundamento na Revelação.
São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, para esclarecer essa verdade, usa a imagem de um edifício em construção: entre os operários há aquele que faz um trabalho cuidadoso, perfeito e usa bom material; e há o que, pelo contrário, ao bom material mistura madeira ou palha. Houve tempo em que as casas dos pobres tinham telhado de palha sustentado por frágeis traves. Na metáfora paulina, aquela madeira ordinária e aquela palha são a vanglória e o pouco zelo no serviço do Senhor. Na hora da verificação, acrescenta são Paulo, isto é, na prova do fogo, a palha desaparecerá, mas “se a obra contruída [...] subsistir, o operário receberá uma recompensa. Aquele, porém, cuja obra for queimada perderá a recompensa. Ele mesmo, entretanto, será salvo, mas como que através do fogo”.
A estas almas, imersas na chama purificadora à espera da plena bem-aventurança celeste, a Igreja dedica neste dia uma recordação particular, para soldar com a caridade do sufrágio aqueles vínculos de amor que ligam vivos e mortos na mística união com Cristo. Em 1915, Bento XV estendeu a todos os sacerdotes o privilégio — concedido em 1748 apenas à Espanha — de celebrarem três missas em sufrágio dos mortos.
Na liturgia de hoje, a Igreja condensa em três palavras a resposta à interrogação sobre a “vida além da vida”: vita mutatur, non tollitur, a vida continua. São as palavras de Jesus: “Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim, jamais morrerá” (Jo 11,25-26). E, sempre no evangelho de João (6,54.58), Jesus insiste na mesma verdade consoladora: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia... Este é o pão que desceu do céu. Ele não é como o que os pais comeram e pereceram; quem come este pão viverá eternamente...”
“Nós cremos que o Verbo de Deus Pai, que é a vida por natureza, tendo-se unido ao corpo animado de uma alma racional, gerado pela Virgem Santa, tenha-o tornado vivificante, com esta inefável e misteriosa união, para que, fazendo-nos participar dele, espiritual e corporalmente (por meio da eucaristia), eleve-nos acima da corrupção (são Cirilo de Alexandria, Ad. Nestor. 4,5).
Fonte: http://www.domtotal.com.br/