CF debate relação entre Igreja e sociedade

Cerimônia de abertura da Campanha da Fraternidade ocorre na Quarta-Feira de Cinzas.

11 de Fevereiro de 2015

 

 

 "Fraternidade: Igreja e Sociedade – Eu vim para servir" (cf. Mc 10, 45). Essa é a temática da Campanha da Fraternidade (CF) 2015, que será lançada oficialmente no próximo dia 18, Quarta-Feira de Cinzas. A cerimônia de abertura acontecerá às 10h45min, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF).

De acordo com o secretário executivo da CF, padre Luiz Carlos Dias, a cerimônia será simples e deve durar cerca de 30 minutos. “Nós vamos ter, primeiramente, a leitura de uma carta, uma comunicação do Papa Francisco, que se une à Igreja do Brasil nesse momento. Depois teremos a fala de dom Leonardo (Steiner, secretário-geral da CNBB) e também de duas outras pessoas, uma relacionada ao ponto de vista religioso da sociedade, com o viés do ecumenismo. A outra falará sobre o ponto de vista do serviço que a Igreja presta à sociedade por meio da assistência aos mais necessitados”, adianta.

Padre Luiz Carlos revela ainda que a cerimônia será transmitida por emissoras de TV de inspiração católica. “A geração será feita pela Rede Vida. A TV Aparecida também já confirmou a transmissão. Estamos empenhados para que haja uma espécie de rede católica de TV e rádio na cobertura do evento”, conta.

Este ano, a Campanha da Fraternidade recorda a vocação e a missão de todo o cristão e das comunidades de fé, a partir do relacionamento com a sociedade, proposto pelo Concílio Vaticano II. “O objetivo central é aprofundar o diálogo e a colaboração entre Igreja e sociedade como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus”, diz o texto-base.

O documento reflete ainda sobre a dimensão da vida em sociedade, que se baseia na convivência coletiva, com leis e normas de conduta, organizada por critérios e com entidades que cuidam do bem-estar das pessoas.

Na apresentação do texto, em outubro do ano passado, o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, explicou que a Campanha da Fraternidade 2015 será uma oportunidade de retomar os ensinamentos do Concílio, que levam a Igreja a ser atuante, participativa, consoladora, misericordiosa e samaritana.  “Todas as pessoas que formam a sociedade são filhos e filhas de Deus. Por isso, os cristãos trabalham para que as estruturas, as normas e a organização da sociedade estejam a serviço de todos”, disse.

Segundo o padre Luiz Carlos, o que a Igreja realmente quer é justamente propor às comunidades, à luz do Evangelho, perspectivas de diálogo. “A Igreja se aproximou e passou a se integrar totalmente à sociedade, à história. Dessa forma, testemunhando Jesus Cristo, anunciando o Evangelho, procura operar para a edificação da sociedade, para que seja mais justa e mais fraterna”, defende.

O secretário executivo ressalta ainda a importância de recordar a essência primeira da Campanha da Fraternidade. “Trata-se de um grande projeto de evangelização da Igreja, que está a serviço das comunidades, nesse itinerário que todos nós somos chamados a percorrer: a necessidade de conversão rumo à Páscoa, celebrando com alegria a ressurreição de Jesus, vitorioso sobre a morte e sobre todos os males. Então a CF vem como um estímulo, uma ajuda no sentido de catalisar ou apontar essa conversão”, afirma.

Eu vim para servir
 
Padre Luiz Carlos Dias: "A Igreja não é para ser uma espécie de clubinho, uma fraternidade ou uma reunião de comadres e compadres; a Igreja é uma realidade convocada por Deus para o serviço do Reino, testemunhar o Reino, para que sirva à sociedade e, sobretudo com a luz do Evangelho, aponte o caminho da vida de fato, da justiça, da fraternidade, para que não haja exclusões nem excluídos na comunidade. Esse é o grande serviço que a Igreja é chamada a prestar"

O padre Luiz Carlos ressalta ainda a importância do lema da campanha deste ano. “É muito significativo para nós, porque a Igreja não é para ser assim uma espécie de clubinho, uma fraternidade ou uma reunião de comadres e compadres; a Igreja é uma realidade convocada por Deus para o serviço do Reino, testemunhar o Reino, para que sirva à sociedade e, sobretudo, com a luz do Evangelho, aponte o caminho da vida de fato, da justiça, da fraternidade, para que não haja exclusões nem excluídos na comunidade. Esse é o grande serviço que a Igreja é chamada a prestar”, argumenta.

Ele também aponta dois dos principais temas nos quais a Igreja tem estado em intensa colaboração e diálogo com diversos setores da sociedade. “A Campanha chega num momento em que a Igreja do Brasil está empenhada numa coalizão que concentra esforços em prol de uma reforma política. Isso é um ponto. O segundo, muito importante também, é que nesse momento a Igreja volta-se para a sociedade preocupada com a situação da violência. Há uma campanha pela construção de relações de paz. Em especial, esses dois projetos ajudam a perceber os grandes serviços que a Igreja é chamada a prestar à sociedade hoje”, aponta.

Segundo ele, CF vem para ajudar as comunidades perceber que, pela participação, pelas orações, pelas celebrações e pela Eucaristia o cristão tem o dever de servir em todas as dimensões da sociedade, em prol da edificação do Reino. “A Igreja é chamada a prestar essa grande contribuição à sociedade para que cada vez mais corresponda ao projeto de Deus. E que isso se reverta em dias melhores de vida para as pessoas”, conclui.

Texto-base

O subsídio está organizado em quatro partes. No primeiro capítulo, é apresentado um histórico das relações entre Igreja e sociedade no Brasil. Além desse panorama, o texto também traz à tona as características da sociedade atual e seus desafios, os exemplos dessa relação no Brasil e também pontos de convergência e divergência nesse diálogo.

Na segunda parte, o documento busca aprofundar o tema à luz da palavra de Deus, do magistério da Igreja e da doutrina social. Já o terceiro capítulo debate uma visão social, além de refletir sobre a dignidade humana, o bem comum e a justiça social.

Com base nesses três pilares, o texto analisa o serviço da Igreja à sociedade e aponta sugestões pastorais para a vivência da CF nas dioceses, paróquias e comunidades. No último capítulo, são apresentados os resultados da Campanha da Fraternidade 2014, que teve como tema Fraternidade e Tráfico Humano. O documento faz ainda a prestação de contas do Fundo Nacional de Solidariedade de 2013 e das contribuições enviadas pelas dioceses, além de um histórico das últimas Campanhas e dos temas discutidos em anos anteriores.
SIR/A12

 

 

 

Fonte: http://www.domtotal.com.br/

 

 

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