19 de Fevereiro de 2015
Depois da mensagem recebida pelas palavras do Papa Francisco, como a nossa Igreja de Ji Paraná deve “servir” no contesto desta sociedade cada vez mais exigente de novos sistemas de vida? Tradicionalmente a igreja serve por meio das Pastorais em várias frentes onde a sociedade não consegue atingir os mais desfavorecidos. Precisamos fazer mais e por isso precisamos de você católico e cristão. Servir é se engajar nalguma atividade na qual o seu tempo está a serviço do outro, a tua disponibilidade não dependa de conveniências ou de projetos que beneficiem a tua vaidade, egoísmo e interesses. Infelizmente hoje assistimos a situações nas quais os que deveriam se empenhar para aliviar o sofrimento do Povo são os primeiros a gerar situações de exploração, de injustiça e de descaso para com as leis da sociedade.
Com esta Campanha da Fraternidade, seqüência de muitas outras que vivenciamos nos anos passados, toda a sociedade deve gerar maiores motivos de encontros entre as pessoas, um relacionamento de Paz e de alegria. “Que bom que você veio!” é uma expressão popular que exprime toda a alegria do encontro. As almas se encontram como nos passos da Bíblia nos quais vimos encontros maravilhosos: Maria e Isabel das quais saíram os cânticos de agradecimento pela vida de novas vidas, Jesus e João; Simeão e Ana, no templo, recebendo Jesus nos braços explodiram de alegria pela graça recebida de ter conhecido o Salvador antes de morrer; Jesus e Madalena, deste encontro transpareceu toda a misericórdia e caridade de Deus. Do encontro de Jesus com a Samaritana no qual apareceu a generosidade de Jesus e o dom da água viva para saciar a sede do povo.
Nestes últimos anos percebemos uma maior sensibilidade por parte dos jovens que querem servir em modo mais radical na sua Igreja para serem sacerdotes ou religiosos e religiosas. Devemos rezar muito ao Senhor da Messe para que confirme nestes jovens as virtudes da generosidade e do desprendimento e, a exemplo dos Apóstolos, sigam o Mestre com coragem e determinação.
Queridos irmãos e irmãs, este início de Quaresma deve levar cada um e cada uma de nós a sentir o dever do encontro e da acolhida fraterna superando barreiras religiosas e sociais. Hoje o mundo está à beira de uma grande calamidade por causa da diferença do jeito de conceber a Deus e por falta de vontade de repartir melhor os próprios bens. Povos explorados por séculos por uma economia injusta praticada por nações do primeiro mundo reivindicam os seus direitos à vida e ao progresso gerando esta convulsão mundial de forma violenta.
Os sacrifícios e jejuns deste tempo de graça sejam oferecidos para que nós como Igreja sejamos capazes de assumir atitudes radicais a favor dos pobres e menos favorecidos, de diálogo com os nossos irmãos das várias denominações cristãs e não cristãs num ecumenismo fraterno como deseja o nosso Papa Francisco e para que Deus ilumine os nossos irmãos que devem servir a sociedade em cargos políticos a praticar sempre a justiça e o direito.
A celebração de hoje nos leve a tomar consciência de que não somos nada, que somos pó, mas que somos destinados a ressurgir com Cristo na Páscoa eterna. Rezem pela nossa Diocese de Ji Paraná, pelos sacerdotes, irmãs, agentes e Ministros extraordinários dos Sacramentos e também pelo vosso Bispo Dom Bruno. Ao receber as cinzas em tua cabeça, faça o propósito de uma verdadeira conversão que o leve a sentir a alegria de servir a fim de que um dia receba de Deus o chamado: “Vem, servo bom e fiel, entra no gáudio de teu Pai.” Amém.
Ji Paraná, 18 de fevereiro de 2015.
+ Dom Bruno Pedron sdb
Bispo Diocesano de Ji Paraná-RO
Fonte: Ude Toginho - Website Diocese de Ji Paraná