Os frutos da fraternidade

A autenticidade na vivência cristã supõe práticas que favoreçam o próximo, não apenas palavras.

28 de Abril de 2015

 

Não bastam palavras de boca para fora. O critério da verdade que, por sua vez, vai produzir frutos abundantes e verdadeiros, depende muito dos atos que são praticados. A autenticidade na vivência cristã supõe prática de vida, construção do bem, favorecendo a vida dos outros. Os bons frutos são consequência da seiva recebida do tronco, enraizada nos objetivos do Reino de Deus.

 

Lamentamos a presença de maus frutos corroendo a vida da sociedade hodierna. Nem sei se podemos comparar com a permanência do joio no meio do trigo, que crescem juntos, mas no fim são separados (cf. Mt 13,30), e a cada um é dado um destino. São frutos destruidores no tempo da convivência, sem esperar o momento da colheita. É prática que revela irresponsabilidade.

 

Jesus fala de videira verdadeira, cuidada pelo agricultor, que corta os ramos improdutivos para possibilitar a produção de frutos em abundância (cf. Jo 15,2). A impunidade privilegia ramos indesejados e os deixa disseminando o mal, tirando dos bons a capacidade para produzir o bem. Toda sociedade sofre e acaba não tendo como superar a força da maldade.

 

A cultura do medo espanta e desencanta as pessoas. Provoca o fechamento, porque o indivíduo se recolhe numa atitude de defesa. Muitos ficam apenas no ambiente virtual, distantes de um compromisso verdadeiramente social, aproximando distâncias sem construir “calor humano”, dificultando vida de comunidade fraterna.

 

O papa Francisco, preocupado com os rumos dos povos e a evidência dos maus frutos no meio das pessoas, convocou os cristãos para celebrar um “Ano da Misericórdia”. A fraternidade depende de perdão, de reconhecimento de que Deus é sempre misericordioso e acolhe quem O procura de coração aberto para a graça do perdão.

 

Colhemos muitos frutos da 53ª Assembleia Geral da CNBB. Entre outros assuntos, elegemos a nova Presidência para o próximo quadriênio; aprovamos as Diretrizes de ação pastoral para 2015 a 2019; refletimos sobre as grandes preocupações relativas ao momento brasileiro e o cenário de corrupção generalizada e os desmandos que afetam a integridade do povo brasileiro.

*Dom Paulo Mendes Peixoto é arcebispo de Uberaba.

 

 

Fonte: http://www.domtotal.com/

 

 

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