A Boa Nova da Família

Pessoa quer dizer relação. Quanto mais alguém se relaciona, mais se torna pessoa.

16 de Maio de 2015

 

 

A Igreja tem um modelo próprio de família. Proclama-a como boa nova para a humanidade. E o faz por duas razões:

 

Primeiro, porque se trata de uma obra de Deus. De fato, o ser humano não foi criado por Deus como indivíduo, mas como casal. Criou-o homem e mulher, declarando não ser bom o homem viver só.

 

Segundo, porque a família é fonte de graças e de vida. Está baseada num sacramento, sinal eficaz e permanente das graças divinas, não só para garantir sua unidade e indissolubilidade, mas também para proporcionar felicidade a seus membros e amparar a vida que nela se gera.

 

Podemos resumir esta boa nova no amor. Envolve aconchego, carinho e convivência. Vem por isso definida como Igreja doméstica. S. João garante que quem ama conhece Deus, o que equivale a dizer que faz uma experiência de Deus e, consequentemente, tem junto de si, uma presença contínua para o amparo, o incentivo e a felicidade. Jesus prometeu que estará presente onde dois ou mais estiverem reunidos em seu nome.

 

Por isso, antes de instaurarem sua convivência matrimonial, que se deseja estável e consistente, o casal cristão vai à Igreja para buscar esta presença inefável e carinhosa. A boa nova da família se concretiza no relacionamento familiar.

 

O ser humano não é indivíduo, mas família. Retrata e concretiza quatro relações fundamentais, simbolizando o mistério da SS. Trindade: conjugal, paterna, filial e fraterna, concretizadas n pessoas queridas dos esposos, dos pais, dos filhos e dos irmãos. É neste aconchego que a vida humana se desenvolve e realiza. Pessoa quer dizer relação. Quanto mais alguém se relaciona, mais pessoa é e, inversamente, quanto mais se fecha sobre si mesmo, mais indivíduo e menos pessoa se torna.

 

A Igreja proclama a boa nova da família. O Papa João Paulo II, na Exortação Apostólica Familiaris Consotio, garante que o futuro da humanidade passa pela família. Evidentemente trata-se do modelo da família que a Igreja propõe, baseada na Revelação divina. Por isso o Papa Bento XVI declara este modelo de família patrimônio da humanidade. Significa que deve se investir nela para preservá-la e promovê-la.

 

A promoção da família envolve quatro atitudes básicas: Primeiro é preciso amá-la. É o que temos de mais precioso em nossa vida. Merece nosso tempo e dedicação. Segundo, o dever anunciar esta boa nova à humanidade como modo sublime de convivência e de realização humana. Terceiro, a preparação para ela, para que produza os devidos frutos de convivência e de fecundidade.

 

Quarto, o amparo às famílias em crise, para que recuperem seu ideal original e voltem ao primeiro amor, realizem seu primeiro sonho em toda a sua profundidade e se relacionem de modo cada vez mais profundo e amoroso, no plano do amor conjugal, da paternidade responsável e da fraternidade acolhedora.

 

"Creio na família


Creio, Senhor, na família:
Tal como saiu de vosso projeto criador,


Fundada sobre a rocha do amor eterno e fecundo.
Vós a escolhestes como vossa morada entre nós,


Vós a quisestes como berço da vida.
Creio, Senhor na família:


Também quando em nossas casas entra a sombra da Cruz,
Quando o amor perde seu fascínio originário,


Quando tudo se torna árduo e penoso.
Creio, Senhor, na família:


Como sinal luminoso de esperança em meio à crise de nosso tempo;
Como fonte de amor e de vida.


Como contrapeso das muitas agressões do egoísmo e da morte.
Creio, Senhor, na família:


Como meu caminho para a realização humana plena,
Como minha vocação à santidade,


Como minha missão para transformar o mundo
À imagem de vosso Reino, Amém".


(E. Masseroni)

 

CNBB, 14-05-2015.
*Dom Dadeus Grings é arcebispo Emérito de Porto Alegre (RS).

 

Fonte: http://www.domtotal.com/

 

 

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